

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou pedidos ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar as campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, no âmbito da operação Lava Jato, segundo o jornal o Estado de São Paulo, que cita “fontes com acesso às investigações”.
De acordo com o Estadão, as solicitações foram feitas com base em depoimento sob acordo de delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, um dos delatores do esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras e partidos políticos.
Em seu depoimento, Pessoa teria detalhado repasses de R$ 3,6 milhões entre 2010 e 2014 para o ex-tesoureiro da campanha de Dilma, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, além de ter mencionado doações à campanha de Lula em 2006, segundo a reportagem do Estadão.
A PGR teria encaminhado ao gabinete do ministro Teori Zavascki, relator da operação Lava Jato, os pedidos de apuração, que são mantidos como ocultos no sistema do STF. O pedido de investigação recairia sobre os coordenadores das campanhas, supõe o Estadão.
O nome dos possíveis investigados, assim como o teor das peças e a delação do empreiteiro, permanecem em sigilo. Em 2006, a campanha de Lula teve como coordenador o atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, e o assessor especial do Planalto, Marco Aurélio Garcia.
Em 2010, o coordenador da campanha de Dilma era o ex-ministro Antonio Palocci. No ano passado, o coordenador foi o presidente do PT, Rui Falcão.
Em nota, o PT disse que “todas as doações que o PT recebeu foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais e foram posteriormente declaradas à Justiça Eleitoral”.