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25 de maio de 2010
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17:00

Coreia do Norte rompe com Sul e ameaça ação militar

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

A Coreia do Norte anunciou neste terça-feira (25)  que estava cortando todos os laços com a Coreia do Sul e ameaçou o vizinho país com ação militar caso o país continuasse a invadir as águas sob seu domínio na costa oeste. As declarações marcam uma nova escalada de tensão na península, após o afundamento de um navio de guerra sul-coreano em março, atribuído por Seul a um torpedo disparado pela Coreia do Norte.

A retórica cada vez mais agressiva atingiu mais cedo os mercados financeiros de Seul, levando as autoridades a pedir uma reunião de emergência na quarta-feira a fim de encontrar formas de acalmar os investidores. “O Comitê para a Reunificação Pacífica da Coreia…declara formalmente que, a partir de agora, colocará em vigor medidas resolutas para congelar completamente as relações inter-coreanas, abolir por completo o acordo de não-agressão entre o norte e o sul e paralisar totalmente a cooperação inter-coreana”, divulgou a agência de notícias norte-coreana KCNA.

A Coreia do Norte havia advertido anteriormente que, se o Sul continuasse a invadir o seu lado na fronteira marítima sob disputa – cena de confrontos letais no passado -, o país “colocaria em vigor medidas práticas militares para defender suas águas”.

A violenta guerra verbal – a Coreia do Norte referiu-se ao governo da Coreia do Sul como “gângsteres militares, acometidos por uma febre de guerra” – segue-se a um relatório feito por investigadores internacionais na semana passada, acusando a Coreia do Norte de lançar torpedos contra uma corveta Cheonan em março, matando 46 marinheiros. Na segunda-feira, o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, cortou as relações comerciais com o vizinho mais pobre e proibiu os navios comerciais norte-coreanos de navegar em águas do Sul.

Ele também planeja levar o assunto ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Os Estados Unidos disseram que a decisão da Coreia do Norte de cortar relações com o Sul é “bizarra”

“A Coreia do Sul é uma das economias mais dinâmicas no mundo. A Coreia do Norte é uma economia cambaleante, como eles próprios reconhecem”, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, P.J. Crowley. “A Coreia do Norte não é capaz de cuidar de seus cidadãos.”

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse na China na terça-feira que Washington e Pequim trabalhariam juntos para dar uma resposta “efetiva e apropriada” ao afundamento. Clinton afirmou que ambos os lados deveriam examinar a questão com tempo, sugerindo ser improvável uma ação rápida no Conselho de Segurança.

“(A China) compartilha conosco a meta de uma Península Coreana sem armas nucleares e um período de considerações cuidadosas a fim de determinar a melhor forma de lidar com a Coreia do Norte.” Mas, embora Washington tenha condenado o afundamento, a China recusou-se a repreender publicamente seu aliado. A Rússia, que como China e EUA têm poder de veto no Conselho de Segurança, pediu moderação.

(Por Jonathan Thatcher, da Reuters/Brasil Online)


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