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9 de setembro de 2014
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20:23

Uergs realiza eleição para escolha do novo comando da instituição

Por
Sul 21
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Ramiro Furquim/Sul21
Servidores da Uergs em mobilização por Plano de Cargos e Salários, aprovado em 2012| Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Caio Venâncio*

Com mais de 2,6 mil alunos e centenas de professores e funcionários espalhados por 24 municípios do estado, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) passa nesta terça-feira e quarta-feira (9 e 10, respectivamente) por um processo eleitoral para definir quem ocupará a reitoria da instituição ao longo do quadriênio 2014-2018. Duas chapas, uma de situação e outra de oposição, disputam a preferência de professores, funcionários e alunos num sistema paritário em que cada grupo representa um terço dos votos. A descentralização administrativa é um dos principais temas, bem como a ampliação do orçamento da universidade e o desenvolvimento de políticas de assistência estudantil.

Chapa de situação fala em investimentos em infraestrutura

Atual reitor e candidato à reeleição pela Chapa 1, Fernando Guaragna lembra que nos últimos anos a Uergs passou por um processo de reestruturação. Conforme Guaragna, o atual Governo do Estado elevou o orçamento repassado de R$ 25 para R$ 75 milhões. “Antes, faltavam professores e técnicos-administrativos. Hoje, nosso passivo de disciplinas (cadeiras que deveriam ser ofertadas, mas não são em função da falta de professores) é mínimo e praticamente não falta professor”, garante. Mesmo assim, o atual reitor defende que a verba ideal para que a universidade funcione plenamente é de R$ 120 milhões, algo em torno de 0,5% do orçamento estadual. “Ocorreu uma recuperação do quadro de funcionários, mas o investimento em infraestrutura ainda não acompanhou. É preciso avançar nesta área”, defendeu.

Além da luta por maior orçamento, Guaragna sustenta que é necessário garantir maior autonomia para a universidade como um todo e para cada unidade. Ou seja, descentralizar a administração. “Queremos que cada região administre a si própria. Assim, acreditamos que será possível aumentar a rapidez e a eficiência dos processos administrativos e acadêmicos”, imagina. Por enquanto, a Uergs não oferece mestrado ou doutorado, mas esta é uma das metas que Fernando Guaragna coloca para um eventual novo mandato como reitor. Com projetos de mestrado sendo elaborados, ele cogita aulas dessa modalidade até mesmo em 2015, o que contribuiria para a valorização da instituição.

Quando o assunto são as políticas de permanência do estudante na universidade, Guaragna fala que este é o “maior orgulho” dos últimos quatro anos. Em 2012, bolsas de apoio a estudantes pobres no valor de R$ 300 mensais começaram a ser concedidas. Para o próximo ano, já é estudada a possibilidade de desenvolver bolsas-moradia e alimentação, pois, conforme o reitor, não há condições de ofertar Restaurantes Universitários (RUs) e Casas dos Estudantes. “Ainda não é o suficiente, mas é um avanço. A evasão está diminuindo”, garante. Em tempos de campanha eleitoral para Governo do Estado, Fernando Guaragna já sinaliza que, se reeleito, irá ao encontro de todos os candidatos para apresentar quais são as reivindicações da Uergs. “Nossa expectativa é de que haja um comprometimento com a Uergs. É necessário que exista um compromisso com investimentos na universidade”, ressaltou ele, que tem como candidato a vice-reitor Leonardo Beroldt.

Oposição enfatiza a descentralização administrativa

Pela Chapa 2, de oposição, a candidata Arisa da Luz, atual diretora da Região 4 da Uergs, fala em gestão planejada e descentralizada. Para ela, é preciso trabalhar de modo integrado com as 24 regiões que compõem a Uergs. “Falta diálogo. É preciso ouvir e seguir aquilo que é aprovado nos conselhos consultivos. Os diretores regionais nunca foram chamados para discutir”, aponta. Arisa tem como meta oferecer quatro cursos de mestrado na Uergs até 2017.

Para ela, o orçamento da universidade deve crescer, sendo para isso necessária uma negociação “firme” com qualquer governo. Ela também pretende manter e incrementar o atual programa de bolsas, sobretudo com auxílio do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes). “São 24 realidades completamente diferentes e atuaremos de maneira justa, ou seja, discutindo a situação de cada região de modo particular”, salienta.

Do próximo governo, a professora espera uma política que traga mais alunos para a Uergs. Hoje, nem todas as vagas ofertadas são preenchidas. “A Uergs tem muito a contribuir com o desenvolvimento regional. Hoje, as unidades já estão conectadas aos movimentos sociais, que acredito ser uma função importante de uma universidade pública. Queremos que ela seja de Estado, não de governo”, sustenta.

Conheça os currículos dos candidatos:

Fernando Guaragna (reitor pela Chapa 1)

Possui graduação de Licenciatura em Química e graduação em Bacharelado em Química – Ênfase Industrial, ambos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Mestrado em Química pela Ufrgs e Doutorado em Química (Doktor der Naturwissenschaften) realizado integralmente na Universität Bielefeld na Alemanha. Desde 2007, é professor adjunto da Uergs. Até 2010, foi coordenador da Unidade de Tapes e atualmente exerce a função de Reitor da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

Leonardo Beroldt (vice-reitor pela Chapa 1)

Graduado em Agronomia, mestre em Fitotecnia e doutor em Desenvolvimento Rural pela Ufrgs. Professor adjunto em Desenvolvimento Regional na Uergs. Atuação em desenvolvimento regional, com ênfase nos seguintes temas: instituições, desenvolvimento rural, desenvolvimento sustentável, dinâmicas territoriais, sistemas agrários, políticas públicas e agricultura familiar. Atualmente é pró-reitor de Ensino na Uergs.

Arisa Araujo da Luz (reitora pela Chapa 2)

Pedagoga pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Mestra em Educação nas Ciências, na UNIJUÍ, em Ijuí e Doutora em Educação, Formação de Professores, na Unisinos, São Leopoldo. Pós-doutora em Educação, pela Ufrgs. Atualmente, é diretora regional do Campus Regional IV – São Luiz Gonzaga e Três Passos, participando do Conselho Universitário (CONSUN) e Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONEPE) e de Comissões auxiliares destes conselhos. Atua praticamente em todos os cursos da Uergs oferecidos nas Unidades em São Luiz Gonzaga e Três Passos.

Eliane Maria Kolchinski (vice-reitora Chapa 2)
Graduada em Agronomia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina UNOESC, mestrado e doutorado em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atuou como coordenadora do Curso de Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial (2006 a 2007) e da Unidade em Encantado exercendo atividades administrativas (abril de 2008 a fevereiro de 2013). E desde fevereiro de 2011, vem exercendo a função de diretora do Campus Regional II e presidente do Conselho Consultivo Regional. Como Diretora do Campus Regional é conselheira do Conselho Superior da Universidade – CONSUN e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONEPE e membro da Comissão Central da SUPLAN e da Comissão Permanente de Assuntos, Administrativos, Orçamentos e Finança/ CONSUN, na qual está como Presidente. Participa desde janeiro de 2012, como membro da Comissão de Concursos de Docentes da Uergs.

A universidade

A UERGS é uma universidade pública fundada em 2001. Está estrategicamente localizada em 24 municípios gaúchos, que são: Alegrete, Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Cruz Alta, Encantado, Erechim, Frederico Westphalen, Guaíba, Litoral Norte (Osório), Montenegro, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Sananduva, Santa Cruz do Sul, Santana do Livramento, São Borja, São Francisco de Paula, São Luiz Gonzaga, Soledade, Tapes, Três Passos e Vacaria.

A Universidade reserva 50% de suas vagas para estudantes com baixa renda familiar e 10% para pessoas com deficiência. No último semestre (2012/02), ministrou aulas para 2.692 alunos em cursos de bacharelado, licenciatura e tecnólogo, nas áreas das Ciências Humanas, da Vida, do Meio Ambiente, das Exatas e das Engenharias. Além disso, oferece o Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes direcionado a tecnólogos(as) e bacharéis que atuam em Escolas Técnicas e Institutos Federais de Educação Superior (IFES) e que buscam habilitação para a docência, o que ocorre atualmente, nos municípios de Porto Alegre, Novo Hamburgo e Cruz Alta. Desde 2010, a comunidade acadêmica é quem escolhe o comando da instituição.

O resultado da eleição, que ocorre manualmente por meio de votação em cédulas, deve ser conhecido dia 19.

* Com informações da assessoria de imprensa da Aduergs


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