Tarso Genro diz que não há como equilibrar contas sem renegociar a dívida do Estado

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Tarso Genro em entrevista no RBS Notícias | Foto: Ramiro Furquim/Sul21.com.br
Tarso Genro em entrevista no RBS Notícias | Foto: Ramiro Furquim/Sul21.com.br

Ana Ávila

Candidato ao governo do Estado pela coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, Tarso Genro foi entrevistado na noite desta segunda-feira (13) no telejornal RBS Notícias. Ao longo de seis minutos, o candidato respondeu perguntas sobre a dívida pública do Estado, saúde e segurança. Para Tarso, não há como manter o equilíbrio das contas sem renegociar a dívida com a União. Na saúde, ele destacou o repasse de 12% da arrecadação do Estado para a saúde, que, embora esteja previsto em lei, não ocorria nos anos anteriores. Para a segurança, defendeu que as medidas necessárias já estão sendo tomadas e elencou pontos como o aumento dos salários e a instalação de núcleos de policiamento comunitário.

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Foto: Ramiro Furquim/Sul21
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Perguntado sobre a situação financeira do Estado e como manter o equilíbrio das contas, sem levar em consideração a renegociação com a União, Tarso disse que não há como garantir a sanidade das contas sem renegociação. “É uma questão grave, que nós herdamos”, disse, lembrando que há um projeto já acordado com o Governo Federal para o próximo mês e que permitirá um novo espaço fiscal. Segundo o candidato, esta é a estratégia adotada por seu governo desde o início e vai garantir que o Rio Grande do Sul possa fazer novos financiamentos para investimento em infraestrutura. Tarso destacou ainda a importância de uma liderança política e de seu esforço pessoal para garantir o acordo que espera para breve.

Sobre previsão no aumento de taxas e impostos, Tarso disse que não pretende elevar nenhuma encargo. O candidato aproveitou para retomar a questão da dívida mencionando um estudo publicado pelo jornal Folha de S.Paulo sobre as dívidas na região sul do país. De acordo com tal levantamento, o Rio Grande do Sul estaria entre os estados que melhoraram de situação. “A arrecadação aumentou com o desenvolvimento econômico, e a dívida permaneceu estável”. Tarso completou dizendo que a “situação do Rio Grande do Sul é melhor do que era em 2010”.

Foto Ramiro Furquim/Sul21
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Saúde

A respeito do tão mencionado fortalecimento de polos regionais para que os pacientes não tenham que buscar atendimento na capital, Tarso lembrou que há três atores no setor: União, Estados e municípios e que cabe, na maioria dos casos, aos municípios distribuir os recursos, na ponta da cadeia. Segundo o candidato, a primeira medida de seu atual governo foi levar os 12% de investimento determinados por lei à saúde. “Nunca os municípios tiveram tantos recursos para a saúde como agora”. Ele também mencionou os hospitais regionais em construção, as Unidades de Pronto Atendimento e o fortalecimento das Unidades Básicas de Saúde, que aumentaram em 30%, e a qualificação de centros regionais, com o aumento de recursos para casas de saúde e hospitais filantrópicos.

Segurança

O candidato também respondeu sobre segurança pública. Confrontado com o número de baleados internados somente no Hospital Cristo Redentor entre sexta e sábado da última semana – 12 – e o índice de homicídio no Estado, três vezes superior ao aceitável de acordo com organizações internacionais, o candidato afirmou que as medidas necessárias para que os cidadãos se sintam mais seguros já estão sendo tomadas. Modelar quados de carreira, melhorar o salário do servidor, contratar policiais, instituir núcleos de policiamento comunitário, implantar o centro integrado de comando de controle são medidas em profundidade que vão, mudando a situação do Estado, segundo Tarso. “Não tem milagre, tem que fazer esse tipo de trabalho”, disse o petista. Ele citou ainda a redução no número de feminicídios em função da Patrulha Maria da Penha.

A respeito da epidemia de crack e questionado se é a favor da internação compulsória dos dependentes químicos, Tarso opinou que ela deve acontecer quando existe intervenção do Ministério Público, ou seja, quando a pessoa corre risco de vida.


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