Dilma e Tarso defendem programas sociais em ato no bairro Guajuviras, na periferia de Canoas

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Dilma e Tarso defendem programas sociais em ato no bairro Guajuviras, na periferia de Canoas
Dilma e Tarso defendem programas sociais em ato no bairro Guajuviras, na periferia de Canoas
De acordo com estimativas da Brigada Militar, entre três e cinco mil pessoas estiveram presentes no local | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Milhares de pessoas acompanharam ato no bairro Guajuviras | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Caio Venâncio

O bairro Guajuviras, em Canoas, foi o cenário ideal para a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT)  fazer a defesa dos programas sociais de seu governo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criticar as recentes denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras. Contando com uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, mais de duas mil moradias entregues pelo programa Minha Casa, Minha Vida, profissionais do Mais Médicos atendendo nos postos de saúde e sendo um Território de Paz, a localidade da periferia de Canoas reuniu milhares de pessoas para receber Dilma Rousseff e o candidato à reeleição para o governo do Estado, Tarso Genro, no final da tarde desta sexta-feira (10), em uma caminhada pelo bairro.

Ainda antes da chegada da presidente, o deputado estadual Raul Pont (PT) agitava os presentes falando com o auxílio de um carro de som. Para Raul, que milita no partido desde sua fundação, um golpe midiático estaria em curso, a exemplo do que ocorreu com Getúlio Vargas em 1954, quando o “Pai dos Pobres” cometeu suicídio. “Sabemos o que isso significa: eles querem derrotar os programas sociais, o aumento real do salário mínimo, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida”, acredita.

Moradora do Guajuviras, a cozinheira Olga Rodrigues justificava seu voto nas candidaturas petistas em função de programas como o Minha Casa, Minha Vida, Cadastro Único e da utilização frequente da UPA que atende a região. Mais do que isso, a opção pelo partido foi um conselho do pai, já falecido, que via na sigla a representação dos interesses dos mais pobres. “Dilma pensa nas mães, os programas do governo dela trazem isso. Ultimamente quero até me filiar ao PT”, revelou.

Olívio definiu os movimentos sociais como "a força do povo" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Olívio definiu os movimentos sociais como “a força do povo” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Olívio Dutra (PT), recentemente derrotado na disputa ao Senado Federal para o ex-comunicador do Grupo RBS Lasier Martins (PDT), reforçou a importância de cada militante neste momento da campanha. Para ele, cada eleitor teria a mesma autoridade de um eleito. “Afinal de contas, a gente elege as pessoas para nos representar, não para nos substituir”, argumentou.

Falando para um público composto também por ativistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM), movimento negro e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ex-governador ressaltou a importância dos movimentos sociais. “Esta é a força do povo, as associações de bairro, os sindicatos, as comunidades eclesiais de base. Esta base é que vai reeleger um projeto que retirou o nosso país do mapa da fome da Organização das Nações Unidas (ONU)”, afirmou.

A aposentada Elza Ferreira define o PT como "o partido que faz algo por nós" | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
A aposentada Elza Ferreira define o PT como “o partido que faz algo por nós” | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Também moradora do bairro canoense, a auxiliar de enfermagem aposentada Elza Ferreira se dizia uma eleitora do PT desde jovem. “É o partido que faz algo por nós”, resumiu. Ela era mais uma a saudar o programa Minha Casa, Minha Vida, além de comemorar melhorias na aposentadoria de sua mãe. Porém, apontava a necessidade de avanços no projeto que governa o país há mais de uma década: “Tem que acabar com o Fator Previdenciário, que o Fernando Henrique (PSDB) criou”.

Flores

Com atraso de mais de uma hora, a presidente Dilma Rousseff (PT) começou a caminhada por volta das 17h40min. Dilma subiu numa caminhonete com um buquê de flores roxas nas mãos, acompanhada pelo candidato à reeleição ao governo do estado Tarso Genro, Olívio, a candidata a vice-governadora Abgail Pereira (PCdoB) e o prefeito de Canoas, Jairo Jorge (PT). Ao longo do trajeto, a candidata à presidência lançou as flores àqueles que a acompanhavam. Saudados pelo povo, que também estendia bandeiras e ia às janelas de seus apartamentos nos conjuntos habitacionais para acompanhar o movimento, os líderes percorreram algumas quadras da avenida 17 de Abril, nome alusivo à data em que, no ano de 1987, a área foi ocupada, algo que era volta e meia lembrado por quem falava no carro de som, sempre ressaltando que os representantes do PT defenderam o movimento à época.

Tarso foi definido por Abgail como "amigo das mulheres", em função de políticas públicas criadas | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Tarso foi definido por Abgail como “amigo das mulheres”, em função de políticas públicas criadas | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Já com o carro estacionado, Abgail discursou para a multidão e, no Dia Nacional pelo Fim da Violência contra a Mulher, defendeu a reeleição de Tarso porque ele seria um “amigo das mulheres”, em função de projetos como a Patrulha Maria da Penha e a Rede Lilás. Tarso, por sua vez, criticou a postura que a grande mídia viria tendo ao longo da campanha, renovando o pedido de reeleição. “Não pensem que eles nos intimidam com a manipulação que fazem conosco, com a presidenta Dilma”, alertou.

Fala mais aguardada por todos que estavam por ali, Dilma agradeceu a vitória em território gaúcho no primeiro turno das eleições. Para a presidente, não é possível que o Brasil e o Rio Grande do Sul “voltem para trás”, fazendo uma alusão ao que representariam as candidaturas de Aécio Neves (PSDB) e José Ivo Sartori (PMDB), respectivamente. “Nós somos quem pode fazer o Brasil avançar”, defendeu.

Dilma comparou o modo como os governos petistas e tucanos lidaram com a corrupção | Foto: Ramiro Furquim/Sul21
“Na véspera da eleição, eles sempre querem dar golpe. Não vamos permitir”, afirmou Dilma | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

 

 

Junto com Tarso e Jairo Jorge, Dilma afirmou compor uma equipe que luta pelo desenvolvimento com inclusão social. A candidata à reeleição também se disse contrária à violência contra negros, mulheres e homossexuais. A presidente se opôs ao uso de denúncias com fins eleitoreiros. “Isso só acontece porque demos condições de investigar, de apurar. Eles (PSDB) aparelharam a Polícia Federal e fizeram com que o Procurador Geral da República fosse conhecido como engavetador geral da república”, comparou.

A poucos dias de mais um pleito, a mineira radicada no Rio Grande do Sul recordou que é comum que os opositores de seu partido tentem dar aquilo que chamou de “golpe”. “Nós não vamos permitir”, antecipou. E completou: “Eles destilam ódio e mentiras. Nós vamos responder com verdade e esperança”.

Já com o ato encerrado e a rua aos poucos se esvaziando, a telefonista Saionara Oliveira, mais uma moradora do Guajuviras, apontava o incentivo à educação como uma razão para optar por Dilma e Tarso. “Meu esposo não tinha o Ensino Médio concluído e conseguiu isso, além de um curso técnico em informática, no governo Lula. São governos que abriram portas para lutar”, definiu.


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