
Da redação
A cada pesquisa eleitoral divulgada há uma agitação nos bastidores das campanhas eleitorais. Não foi diferente com o levantamento realizado pelo Ibope para o governo do Estado e divulgado na última quinta-feira (7). A exemplo das demais pesquisas, Ana Amélia Lemos (PP), da coligação A Esperança que Une o Rio Grande, e o governador Tarso Genro (PT), da aliança “Unidade Popular pelo Rio Grande”, continuam disputando a liderança para o Palácio Piratini. A novidade, no entanto, é que o petista encostou de vez na progressista. Ela tem 36% e ele, 35%. Comparado ao último levantamento, realizado em julho, Tarso aumentou 4% e Ana Amélia caiu 1%. No mês passado, o governador aparecia com 37%, e a senadora, com 31%.
Empate absoluto. Cientista politico e colaborador do Sul 21, Benedito Tadeu Cesar fez um análise entre os números de julho e de agosto. “O empate, agora, é quase absoluto e não mais apenas técnico. Cumpre lembrar que um empate técnico se estabelece quando dois ou mais candidatos apresentam percentuais dentro da margem de erro admitida em uma pesquisa e que, nas pesquisas aqui consideradas, é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos”, explicou ele.
Em relação à rejeição medida pelo Ibope, o governador reduziu de 29% para 16%, comparado ao levantamento de julho. A senadora também diminuiu o seu percentual: de 11% para 9%. Com base nestes dados, o cientista político acredita que “a possibilidade de inversão das curvas de crescimento das candidaturas ao governo do Rio Grande do Sul se acentua quando se consideram as intenções de voto dos candidatos à Presidência da República e suas vinculações de campanha no estado.” A superioridade numérica de Dilma Rousseff conta pontos para Tarso Genro, na avaliação de Benedito Tadeu César, dado que a campanha da presidente pela reeleição está conectada à do governador.
Ao analisar também os resultados da disputa para o Senado, o cientista político escreve que “a estabilidade atribuída aos resultados da pesquisa de agosto frente à de julho é enganosa. Ainda que Ana Amélia Lemos e Lasier Martins venham se mantendo à frente nas pesquisas de intenção de voto, eles têm perdido pontos em todas elas e, consequentemente, diminuído a dianteira que detêm. Ainda é muito cedo para afirmar, mas já se pode aventar a hipótese de que, tanto Ana Amélia Lemos quanto Lasier Martins, que possuem bem sucedidas carreiras no rádio e na televisão, tenham iniciado suas campanhas no teto de seus potenciais de votos, de onde poderão descer ao longo da campanha eleitoral.”

Retrato do momento
Presidente estadual do PP, Celso Bernardi afirmou que a pesquisa faz “uma avaliação do quadro político do momento” e que as estratégias de campanha de Ana Amélia não serão alteradas em função dos novos números. “Nossa estratégia será de trabalhar muito, nossa base tem trabalhado muito”, acrescentou.
Sobre o crescimento do principal adversário da candidata progressista, Bernardi disse que se deve ao fato de “o governo ter uma série de privilégios na mão”, como, por exemplo, exposição na mídia.
Na opinião do presidente do PP, o eleitor ainda está “desconectado” com o pleito, mas a partir da propaganda na televisão e no rádio, que começa no dia 19 de agosto, o cenário eleitoral deverá se alterar.
“O eleitor vai olhar os problemas do Rio Grande do Sul e terá seu ponto de vista. O eleitor não decidiu seu voto”, destacou o dirigente progressista. Bernardi disse que haverá “altos e baixos” durante a campanha eleitoral quanto aos números das pesquisas. “Haverá uma oscilação aqui, acolá”, concluiu.
Expectativa positiva

Já o presidente estadual do PT, Ary Vanazzi, afirmou que havia uma expectativa de crescimento do governador Tarso com o início da campanha eleitoral, o que foi confirmado pelos números da pesquisa. “Com o começo da campanha, o governador teve exposição e pôde mostrar as obras”, avaliou o petista. Ele ressaltou, ainda, como fator bastante positivo a redução significativa da rejeição de Tarso e atribuiu a queda ao fato de “a sociedade estar entendendo o governo”.
Na análise do dirigente petista, o resultado da pesquisa espontânea do Ibope “também foi boa para nós”. No levantamento em que não são apresentados os nomes dos candidatos, Tarso aparece com 16% e Ana Amélia, 15%. “Há uma tendência (da candidatura Tarso) de crescimento, a televisão vai ajudar a passar a imagem do governo”, finalizou Vanazzi, sobre a visibilidade das obras realizadas pela gestão petista no horário eleitoral gratuito.