Opinião
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4 de agosto de 2010
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14:25

A ladainha das reformas liberais

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Por Paulo Daniel (*)

Em recente artigo em site do The Wall Street Journal assinado por Joe Ortiz e Alessandro Passetti com o seguinte título: “Mais lento, o samba do Brasil ameaça o carnaval bancário”, diz o título, em tradução livre. Afirma que o país necessita realizar a reforma fiscal, corte de gastos do setor público, reduzir os salários e as pensões, aumentar a poupança etc.

Além do que, o artigo trata do risco da desaceleração da economia brasileira, bem como a redução da inversão dos investimentos estrangeiros diretos, podendo deixar o país em situação bastante vulnerável, por isso a necessidade de reformas.

O artigo só deixou de citar que as famosas reformas preconizadas já foram feitas na década de 90,iniciando-se com Collor e concluindo com FHC. Com tais reformas, só foi possível adquirir estabilidade monetária e financeira, baixo crescimento econômico, redução de empregos e da renda.

O Brasil enfrentou e está enfrentando melhor a crise financeira mundial por uma razão muito simples, aumentou o poder do Estado no processo de regulação e indução da economia brasileira.

É fato que antes da crise internacional o país também crescia, principalmente por conta da liquidez internacional e o aumento das exportações à Ásia, em particular à China, mas isso ainda não explica o crescimento, ampliou-se o investimento do Estado, passando de míseros 2,2% do PIB em 2003, para em 2009 chegar a 4,5% do PIB.

Nesse sentido, é importante salientar que a presença e a participação do Estado no processo econômico com políticas indutoras de investimentos e geradoras de emprego e renda, combinadas com políticas de conteúdo redistributivo, nada mais é, do que a salvação do capitalismo e não o início do socialismo como alguns querem e, infelizmente, preferem deturpar.

Leia o artigo no site The Source, do Wall Street Journal (em inglês)

(*) Economista e Mestre em Economia Política


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