Coronavírus
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25 de março de 2022
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13:25

RS libera municípios para aplicação da 4º dose em idosos a partir de 80 anos

Por
Sul 21
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Foto: José Cruz/Agência Brasil
Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Secretaria da Saúde (SES) informou nesta sexta-feira (25) que os munícipios do Rio Grande do Sul já estão autorizados a aplicar uma nova dose da vacina contra a covid-19 em idosos com 80 anos os mais, conforme disponibilidade de imunizantes. A nova aplicação é recomendada quatro meses após a dose de reforço (3ª dose). Se o idoso está com alguma outra dose em atraso, ele deve primeiro completar o esquema (primário ou reforço), dentro dos prazos referentes à vacina recebida.

Novos repasses estão previstos pela SES, de acordo com recebimentos futuros de lotes distribuídos pelo Ministério da Saúde. Nota Técnica do ministério estabelece que a vacina a ser utilizada para a dose esse novo reforço deverá ser, preferencialmente, a Pfizer (do tipo de RNA mensageiro) ou, de maneira alternativa, vacinas de vetor viral (Janssen ou AstraZeneca).

No RS, a população total nesta faixa etária acima dos 80 anos é estimada em 326 mil pessoas. Dessas, 74% (cerca de 243 mil indivíduos) já fizeram a dose de reforço. Contudo, ainda há um expressivo número de pessoas com doses em atraso. Aproximadamente 26 mil não realizaram nem a primeira dose, outras 8,3 mil fizeram a primeira, porém estão com a segunda atrasada, além de outras 63 mil que estão com o reforço em atraso.

Entre as que já fizeram a dose de reforço, 180 mil pessoas já estariam no prazo para fazer essa quarta dose e outras 28 mil chegam no prazo de quatro meses até o final da primeira semana de abril.

O monitoramento dos casos e óbitos de covid-19 pela SES apontam para o aumento da incidência na faixa etária acima de 80 anos de idade, o que demonstra uma tendência de perda de proteção em idosos adequadamente vacinados após alguns meses. Alguns estudos têm demonstrado a redução da efetividade das vacinas contra o coronavírus a partir de 3 a 4 meses de sua aplicação e de maneira mais pronunciada após 5 meses. A redução da efetividade das plataformas vacinais em idosos pode ser explicada, em parte, pelo envelhecimento natural do sistema imunológico (imunosenescência).

Conforme levantamento do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a faixa etária acima dos 80 anos foi a com maior registro de internações e óbitos por covid-19 neste mês de março. Indivíduos dessas idades representaram 34% das hospitalizações e 56% dos óbitos no período. Em números absolutos, isso representou 192 internações (de um total de 558) e 71 óbitos (de um total de 128).

Esses percentuais tiveram aumento nos últimos meses. Ao final de dezembro de 2021, por exemplo, as pessoas com 80 anos ou mais eram menos de 20% das hospitalizações e aproximadamente 25% das mortes.

A Secretaria da Saúde divulgou nesta semana uma nova análise da relação entre a vacinação e as mortes por covid-19. Conforme o cálculo, um idoso com dose de reforço tem 17 vezes menos risco de óbito por coronavírus quando comparado ao indivíduo sem nenhuma dose. Na população dos 40 aos 59 anos, essa proteção representou 14 vezes menos chances de morte para a pessoa com a dose de reforço em relação àquela não vacinada.

Os dados apontam que o risco de óbito é expressivamente superior para os não vacinados, observando-se que quanto mais completo o esquema vacinal, menor a mortalidade registrada.

O anúncio dessa nova dose para esse público ponderou algumas experiências em outros países recentemente. Achados preliminares de estudos desenvolvidos em Israel, demonstraram que, após a aplicação de uma segunda dose de reforço (quarta dose), houve aumento de cinco vezes nos anticorpos após uma semana. Com base nesta análise, o governo israelense iniciou no dia em janeiro deste ano a aplicação da quarta dose em indivíduos com 60 anos de idade ou mais, após 4 meses de intervalo da aplicação da terceira dose.

No Chile, o governo iniciou em fevereiro a vacinação com a segunda dose de reforço (quarta dose) contra a covid-19 para pessoas com 55 anos de idade ou mais, devido ao aumento do número de casos relacionados a variante Ômicron e por considerar a redução da efetividade em grupos mais vulneráveis.


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