
A Prefeitura de Cachoeirinha decidiu, nesta quarta-feira (2), não seguir o decreto estadual e assim manter a obrigatoriedade do uso de máscara por alunos a partir dos 6 anos. Abaixo desta idade, o uso é recomendado e com supervisão direta de um adulto. A decisão ocorre após o polêmico decreto do governo de Eduardo Leite (PSDB) publicado no último sábado (26) e que desobrigou a utilização da máscara de proteção contra a covid-19 para alunos entre 6 e 11 anos.
Segundo o secretário de Saúde de Cachoeirinha, Juliano Paz, a decisão do governo estadual lhe pareceu “sem explicação e imprudente”. O secretário destaca que o uso da máscara, ao longo de toda a pandemia, tem se mostrado uma das medidas mais efetivas no combate da covid-19.
Além disso, ele pondera que o momento é inapropriado, seja em função da baixa cobertura vacinal das crianças ou da perspectiva de aumento da contaminação após o feriado de Carnaval combinado com a volta às aulas.
“Não precisamos colocar as crianças e os professores em risco justo neste momento”, afirma Paz.
A decisão do município da região metropolitana de Porto Alegre valerá, no mínimo, pelos próximos 15 dias. Após esse período, a Prefeitura de Cachoeirinha planeja reavaliar o cenário.
O secretário reconhece que a medida pode causar “alguma tensão” com as escolas estaduais localizadas na cidade. Ao mesmo tempo, pondera que até semana passada os protocolos estavam bem alinhados e não havia qualquer tipo de descompasso entre a rede municipal, estadual e privada de ensino. Até que tudo mudou no meio do feriado de Carnaval.
“Vamos insistir pra que se aplique em Cachoeirinha o nosso protocolo”, assegura o secretário da Saúde.
Paz inclusive faz questão de dizer que o município sempre esteve alinhado aos protocolos determinados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) durante toda a crise sanitária, e elogia que tais determinações muitas vezes foram mais cuidadosas do que as do Ministério da Saúde. Dessa vez, entretanto, a cidade decidiu seguir em outra direção.
“Qual o fundamento desta mudança?”, questiona, sem encontrar resposta técnica-científica para a decisão do governo estadual.
Além do risco para os alunos e toda a comunidade escolar, o secretário da Saúde demonstra preocupação com a mensagem que a não obrigatoriedade do uso de máscara passa pra sociedade em geral. “O gestor da saúde não pode vacilar”, sintetiza.