
Os primeiros 15 dias do ano já mostram o impacto da variante ômicron no Rio Grande do Sul, com expressivo aumento de internações por covid-19 nos leitos clínicos do estado. No dia 31 de dezembro, haviam 149 pessoas hospitalizadas pela doença, enquanto nesta sexta-feira (14) são 405 pacientes, um aumento de 172%. Além da presença da variante mais contagiosa, o crescimento nas internações ocorre após as festividades de final de ano, período normalmente marcado por aglomerações, festas e encontros familiares.
Os suspeitos com covid-19 internados em leitos clínicos eram 163 no último dia de 2021 e agora são 287 pacientes, aumento de 76%. A quantidade de pacientes com a forma grave da doença internados em UTIs também cresceu: eram 153 no dia 31 de dezembro e agora são 193 pessoas, aumento de 26% – o impacto na UTI costuma ser mais demorado.
O número de novos casos diários também tem crescido rapidamente. Na última segunda-feira (10), a Secretaria Estadual da Saúde contabilizou 6.349 novos casos. Nos dois dias seguintes foram cerca de 10 mil e, nesta sexta-feira (14), mais 14.345 novos casos confirmados.
Apesar do rápido aumento de pessoas internadas, a situação nem de longe se compara com o pior momento da pandemia no estado. No dia 12 de março de 2021, o RS registrou o pico de 5.435 pessoas com covid-19 em leitos clínicos e 2.489 em UTIs.
Responsável pela nova onda de contaminação, o primeiro caso da variante ômicron foi identificado no Rio Grande do Sul no final de novembro de 2021. Poucas semanas depois, foi declarada sua transmissão comunitária.
“A ômicron é uma variante de alta transmissibilidade confirmada, e o alto índice de vacinação da população contribui para o não agravamento de casos clínicos. No entanto, pessoas com esquema vacinal incompleto ou não vacinadas estão suscetíveis a quadros mais graves da covid-19”, alerta Fernando Ritter, diretor da Vigilância em Saúde de Porto Alegre.