
A fumaça causada pelas queimadas no sul do estado do Amazonas, Pará e Mato Grosso, além de Bolívia e Paraguai, e que paira sobre o Rio Grande do Sul nos últimos dias, ainda não tem alterado a qualidade do ar no estado gaúcho. É o que diz a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), responsável pelo monitoramento da qualidade do ar no RS.
Segundo o boletim do órgão desta segunda-feira (9), os Índices de Qualidade do Ar (IQAr) medidos nas estações de Canoas, Esteio, Gravataí e Guaíba estavam abaixo de 40 IQAr, ou seja, dentro da faixa considerada boa (entre 0 e 40 IQAr). Canoas mediu 24 IQAr, Esteio 28 IQAr, Gravataí 22 IQAr e Guaíba 36 IQAr – sendo esta última cidade a mais próxima do limite de 40 IQAr. Acima desse limite, entre 41 e 80 IQAr, a qualidade do ar é classificada como tolerável.
Em nota, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) informa que a Fepam está em constante monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana. “Apenas a estação de Triunfo apresentou qualidade ruim nos dias 15 e 16 de agosto. As demais estações localizadas na Região Metropolitana apresentam boa qualidade do ar, conforme Resolução CONAMA Nº 506/2024”, explica.

De acordo com a Fepam, o Índice de Qualidade do Ar (IQAr) é uma ferramenta matemática utilizada para transformar as concentrações medidas dos diversos poluentes atmosféricos em um único valor adimensional, com o objetivo de proporcionar à população o entendimento sobre a qualidade do ar local.
O IQAr está associado aos efeitos da poluição do ar sobre a saúde humana. Na Fepam, o IQAr abrange os poluentes atmosféricos Material Particulado (MP10), Dióxido de Enxofre, Dióxido de Nitrogênio, Ozônio e Monóxido de Carbono. A partir de junho de 2024 foi incluído no IQAr da Fepam o poluente Material Particulado (MP2,5) para as estações que têm equipamento capaz de mensurar o poluente.
O IQAr é divulgado diariamente para cada estação da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar, considerando-se o índice mais elevado dos poluentes monitorados, ou seja, a qualidade do ar de uma estação é determinada pelo pior caso.
Segundo a empresa de meteorologia MetSul, o corredor de fumaça que cobre uma extensa área do Brasil vai atuar durante toda esta semana no Sul do País e o Rio Grande do Sul deve ser um dos estados mais afetados pela grande quantidade de material particulado. Com o deslocamento de uma frente fria, na segunda metade da semana, a MetSul prevê que a fumaça aumente em Santa Catarina e no Paraná. No Centro-Oeste, de acordo com o modelo de aerossóis CAMS do Sistema Copernicus, a previsão é que a fumaça aumente muitos nos próximos dias no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, enquanto no Sudeste, a situação deve melhorar na quarta-feira (11) antes de voltar a piorar no fim de semana.