Saúde
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5 de abril de 2024
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15:00

Crise na saúde: Capital começa a transferir pacientes para municípios de origem

Por
Sul 21
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Um dos primeiros transferidos estava no Hospital Conceição. Foto: Divulgação
Um dos primeiros transferidos estava no Hospital Conceição. Foto: Divulgação

A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre começou a transferir nesta sexta-feira (5) pacientes menos graves hospitalizados na Capital para seus municípios de origem. Até o início da tarde, quatro transferência haviam sido autorizadas pela regulação estadual: 

  • Hospital Independência: paciente de Pinhal para hospital de Osório
  • Hospital Cristo Redentor: paciente de Viamão para hospital do município de origem
  • Hospital São Lucas (PUCRS): paciente de Guaíba para hospital do município de origem
  • Hospital Nossa Senhora da Conceição: paciente de Santo Antônio da Patrulha para hospital do município de origem

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Mais cedo, a Prefeitura de Porto Alegre havia informado que veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estavam sendo colocados à disposição para as transferência. A Secretaria Municipal de Saúde identificou 32 pacientes passíveis de deslocamento em que a regulação estadual precisa orientar o destino. “Dentro do possível para não prejudicar a assistência à Capital. A situação crítica que estamos vivendo exige algumas adaptações”, afirma o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.

Nesta semana, Município e Estado definiram um plano de contingência para mitigar a superlotação nos hospitais da Capital, que tem como consequência o colapso do sistema de saúde da Região Metropolitana. O assunto foi pauta de reunião realizada ainda na segunda-feira, na sede da SMS. Nesta sexta, a rede hospitalar da Capital opera com uma média de 200% de ocupação.

Segundo Ritter, a pasta trabalha para evitar que pacientes de outras cidades venham para Porto Alegre sem necessidade. “Alinhamos com a regulação estadual, que se comprometeu em reforçar com os hospitais da região a transferência de casos menos graves quando houver a possibilidade”, completa o secretário. 

Depois da reunião entre Estado e Município, a diretora do Departamento de Regulação Estadual, Suelen Arduin, avaliou que seria necessário cooperação. “Vamos ter que contar com o apoio dos municípios de origem para que os casos possam retornar depois de passar por um hospital de complexidade maior, desde que tenham condições de voltar”.

Na análise da Prefeitura, a crise na saúde na Capital está relacionada com a troca da gestão hospitalar em Alvorada e Cachoeirinha, a restrição a casos graves, a interrupção dos serviços de traumatologia e ortopedia, o encerramento de serviços de saúde mental e urgência e emergência do hospital de Viamão e a crise nas instituições hospitalares de Canoas por falta de medicamentos, insumos e recursos humanos. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todos esse fatores fazem com que os pacientes busquem atendimento em Porto Alegre, sobrecarregando a rede de assistência da Capital, especialmente as emergências.

A Prefeitura afirma que Porto Alegre sofre com a alta demanda da Região Metropolitana há pelo menos um ano e meio e destaca que mais de 50% das internações hospitalares na Capital são do interior, grande parte de Canoas, Viamão, Cachoeirinha, Alvorada e Gravataí.


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