
O candidato do partido Novo à Prefeitura de Porto Alegre, Felipe Camozzato, recebeu a reportagem do Sul21 no seu comitê de campanha, localizado na Avenida Goethe, para tratar de alguns temas importantes na vida da população porto-alegrense. Foram oito perguntas, as mesmas feitas também para a candidata do PT, Maria do Rosário.
O prefeito e candidato à reeleição, Sebastião Melo (MDB), não aceitou o convite para a entrevista nos mesmos moldes, assim como a candidata Juliana Brizola (PDT), que também preferiu não atender a reportagem. Os outros candidatos não foram convidados devido ao fato dos partidos não terem representação mínima no Congresso Nacional, conforme determina a legislação eleitoral.
Camozzato abordou as responsabilidades da enchente de maio deste ano e disse como pretende, se for eleito, reconstruir e manter o sistema de proteção contra cheias da cidade. Ainda no tema da emergência climática, o candidato fez considerações sobre como pretende combinar a preservação ambiental da Capital, cuidando de seus morros, cursos d’água, banhados e matas, mesclando com o crescimento urbano.
A falta de vagas nas creches, problema que afeta milhares de famílias, principalmente de menor renda, foi outro tema abordado na entrevista. Ainda que o número de vagas pendentes seja controverso, a situação é recorrente todos os anos.
Também frequente é o crescimento da população em situação de rua na cidade, assim como os desafios enfrentados na área de assistência social do município. O candidato do Novo foi questionado sobre seus planos para melhorar o serviço da Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC), entidade que esteve envolvida no contrato com a Pousada Garoa, cujo incêndio em uma de suas unidades matou 11 pessoas em abril.
Outro tema levantado na entrevista é o “colapso” do transporte público, como definiu o prefeito Melo recentemente. Apesar da tarifa congelada em R$ 4,80, o sistema de ônibus continua com dificuldade em atrair novos passageiros, que são submetidos a um serviço que recebe muitas críticas pela diminuição de linhas, atrasos e veículos em condições ruins.
A revisão do Plano Diretor da Capital, que está atrasado devido a pandemia do novo coronavírus, também foi objeto da entrevista com o candidato do Novo, que falou de sua visão para o planejamento urbano no contexto de um mercado imobiliário influente e que tem privilegiado empreendimentos de alto padrão, em detrimento de soluções habitacionais para a população de baixa renda.
Por fim, Camozzato falou de suas propostas para o Trecho 2 da Orla do Guaíba, o sucateamento do Anfiteatro Pôr do Sol e a gestão dos parques da cidade. Neste tópico, o candidato afirmou não ser contrário à eventual cedência da administração de alguns parques para a gestão privada, embora ressalte que cada caso deve ser avaliado individualmente e que é preciso dar mais atenção para os parques fora da zona central.
A gestão do lixo é o último tema da entrevista. Outrora referência no tema, atualmente Porto Alegre enfrenta sérias dificuldades com a limpeza urbana, o que inclui quebra de contratos com as empresas terceirizadas contratadas pela Prefeitura.
Confira a entrevista na íntegra: