
O primeiro debate do Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional (FDDR) da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aconteceu nesta segunda-feira (28), em Porto Alegre. Com o lema “Pacto RS 25, o Crescimento Sustentável é Agora”, o encontro debateu a transição ecológica e seu financiamento.
Realizado no Salão Nobre da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), o evento contou com a presença de nomes como Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); o governador Eduardo Leite (PSDB); e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Pepe Vargas (PT). Também participaram do painel o presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Ranolfo Vieira Júnior; a reitora da UFRGS, Márcia Barbosa; a professora da UFSM e coordenadora da Rede Sul de Restauração Ecológica, Ana Rovedder; e o economista Carlos Henrique Horn, da UFRGS.
Durante a abertura, Pepe Vargas relembrou as enchentes que atingiram o estado em maio de 2024 e agradeceu o apoio do BNDES na reconstrução, com destaque para as linhas emergenciais de crédito. “Em maio do ano passado nós discutíamos quanto tempo a economia do Rio Grande do Sul demoraria para se recuperar e no ano de 2024 o crescimento da economia gaúcha foi inclusive muito superior a de anos anteriores e foi inclusive superior ao crescimento do PIB brasileiro”, disse.
Mercadante detalhou a atuação do BNDES na reconstrução do estado, ressaltando que, dos R$ 111,6 bilhões destinados ao Rio Grande do Sul, cerca de R$ 40 bilhões vieram do Banco. Entre as medidas, destacou a suspensão da cobrança de dívidas das empresas gaúchas e a criação de uma linha emergencial de crédito com juros de 1% ao ano.
“Não adianta se recuperar só em estrutura, porque antigamente o estado recuperava as estradas, o aeroporto, que foi nós que financiamos, a energia, mas as empresas não. E se você não recuperar as empresas, a economia não volta”, pontuou.
O presidente do BNDES também apontou a necessidade de fortalecer o desenvolvimento energético ecológico no país, citando o potencial do Rio Grande do Sul na produção de energia eólica. Defendeu ainda a valorização da agricultura familiar e a reindustrialização como caminhos fundamentais para garantir crescimento econômico sustentável. “Nós temos que desenvolver a tecnologia, voltar a diversificar a nossa estrutura industrial e impulsionar a indústria”, afirmou.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também discursou durante o evento. Em sua fala, destacou os impactos de eventos climáticos, como enchentes e estiagens, na economia do estado e a importância de promover um debate voltado para um futuro sustentável e ecológico. “É muito importante que a gente possa estabelecer a parceria do estado com a União e com os municípios, porque independentemente de divergências de ponto de vista ideológico, programático, há que se saber trabalhar em conjunto”, afirmou Leite.
O evento é o primeiro de uma série de quatro debates previstos para o primeiro semestre de 2025. Os próximos encontros abordarão a sustentabilidade na indústria, no comércio e serviços, a sustentabilidade na agricultura e na pecuária e, por último, a superação das desigualdades sociais e regionais. No segundo semestre, a proposta é levar as discussões às nove regiões funcionais do estado, adaptando os temas às especificidades de cada localidade.
Ao término dos encontros, a meta é elaborar um documento com propostas de políticas públicas, que será encaminhado aos governos estadual e federal e que também servirá de base para a formulação de matérias legislativas.