Política
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30 de janeiro de 2025
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15:21

Lula diz que imagem do governo vai melhorar após entregas prometidas em campanha

Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a queda de aprovação de seu governo, apontada recentemente por pesquisas, era algo previsto, uma vez que o governo ainda não fez as entregas prometidas em campanha. A afirmação ocorreu em entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (30), no Palácio do Planalto, na qual ele comentou diversos assuntos, entre eles o aumento de 1% na taxa Selic, na primeira decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sob a presidência de Gabriel Galípolo, indicado pelo petista, e também a falta de recursos previstos no Acordo de Paris para a conservação da Amazônia. 

Sobre a queda de popularidade, Lula garantiu que entregas serão realizadas, e que já fez mais, em termos de preparação, do que em seus mandatos anteriores. “Em dois anos de governo, nós preparamos esse país mais do que nos meus outros oito anos [de governo]. Só no PAC serão R$1,8 trilhão. Cada coisa que eu falar, nós vamos entregar”.

O presidente também afirmou que o povo tem razão em estar descontente, uma vez que essas entregas ainda não ocorreram. Segundo ele, a partir do segundo ano de um governo a população começa a ter uma visão maior sobre o cumprimento ou não dessas expectativas. “Quando o Pimenta [então ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República] aparecia com uma pesquisa dizendo o que o povo estava pensando, eu falava que é assim mesmo. Eu dizia ao Pimenta para não se preocupar com pesquisa porque o povo tem razão. A gente não está entregando aquilo que a gente prometeu. Então como é que o povo vai falar bem do governo se a gente não tá entregando. É preciso ter muita paciência”, ponderou. 

Lula afirmou que não se surpreendeu com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em um ponto percentual. “O presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau no mar revolto, sabe, de uma hora para outra”, defendeu.

Ainda segundo ele, o presidente anterior do BC, Roberto Campos Neto, já havia deixado “praticamente demarcada a necessidade da subida de juros”. O petista ressaltou ter “100% de confiança” no trabalho do novo presidente da instituição financeira. “Tenho certeza de que ele vai criar as condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros menor, no tempo em que a política permitir que ele faça”, afirmou.

O presidente Lula disse que já não acredita na promessa dos países ricos de compensar financeiramente os países que conservam suas florestas, como forma de amenizar os efeitos negativos que vêm sendo percebidos por conta das mudanças climáticas. “Os países se comprometeram a dar US$ 100 bilhões por ano para os países em desenvolvimento, e até hoje não deram. Agora a necessidade é de US$ 1,3 trilhão. Tenho certeza de que eles não vão dar. Os ambientalistas então baixaram para US$ 300 bilhões. E também não vão dar. É preciso que a gente faça uma discussão séria”, argumentou.  

Lula reiterou que para o desmatamento zero acontecer é fundamental fazer com que os recursos previstos nos acordos cheguem ao bolso das populações das florestas. “Eles têm de saber, quando a gente fala que vai chegar o desmatamento zero em 2030, que debaixo da copa de cada árvore tem um indígena; um ribeirinho; um pequeno trabalhador rural. E que essa gente tem de ter acesso às coisas que todo mundo tem; que eles têm direito a ter bens materiais”, disse o presidente.

Para o presidente, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que vai ocorrer em Belém em novembro deste ano, será um balizamento do que deverá ser feito daqui para frente. “Temos de fazer uma luta muito grande na questão do clima. Se a gente não fizer uma coisa forte, essas COPs [conferências sobre mudanças climáticas] vão ficar desmoralizadas, porque medidas são aprovadas; fica tudo muito bonito no papel, mas depois nenhum país cumpre”, disse. 

Com informações da Agência Brasil 

 


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