Os vereadores, o prefeito e a vice-prefeita eleitos na eleição municipal de Porto Alegre foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) na tarde desta quinta-feira (19). A cerimônia, que encerra o processo eleitoral ao reconhecer a legitimidade da vitória dos candidatos nas urnas, foi marcada por manifestações de cunho político por parte dos diplomados e do público.
Em seu discurso, o prefeito reeleito Sebastião Melo (MDB) agradeceu a confiança do povo de Porto Alegre. “A democracia tem muitos pilares, mas um deles é conviver com as diferenças”, disse. Garantiu que ele e a vice, Betina Worm (PL), governarão para todos: “A partir de hoje, somos os prefeitos de quem votou em nós, de quem votou nos adversários, de quem deixou de votar”, afirmou. Em seguida, Melo cumprimentou os vereadores diplomados.
Tanto o prefeito quanto a vice foram ovacionados e também vaiados no momento da diplomação. As manifestações se repetiram quando os integrantes da Câmara foram diplomados, com destaque para as vaias direcionadas aos vereadores da coligação PT, PSOL, PV, Rede, PCdoB e Avante.
Alguns parlamentares, como Jonas Reis (PT), Natasha Ferreira (PT), Grazi Oliveira (PSOL) levantaram cartazes contra a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles foram fortemente vaiados e chamados, aos gritos, de terroristas. Quando Karen Santos (PSOL) levantou um lenço tipicamente palestino ao ser diplomada, pessoas na plateia se manifestaram com gritos de “viva Israel”.
Vereadores de direita também foram vaiados em meio aos aplausos. Jessé Sangali gritou “fora Lula” ao ser diplomado; Comandante Nádia (PP) compareceu fardada e fez sinal de arma com a mão; Mariana Lescano (PP) levantou a bandeira da Polícia Penal e gritou “viva o povo de Israel”.
O presidente do TRE-RS, desembargador Voltaire de Lima Soares, ressaltou em seu discurso que a eleição de 2024 foi “uma das mais difíceis, com trabalho triplicado”. Isso porque parte das zonas eleitorais foram atingidas pela enchente de maio, assim como o depósito das urnas do TRE.
Ao todo, o Tribunal lidou com 29 mil processos entre agosto e dezembro. Foram indeferidos 421 processos de registros de candidaturas e 402 recursos foram apresentados ao TRE, formado por sete desembargadores eleitorais.
