
Pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes esteve em Porto Alegre nesta quarta-feira (8), onde recebeu, no início da noite, o título de Cidadão de Porto Alegre, na Câmara de Vereadores. Antes da solenidade, Ciro falou brevemente com a imprensa.
Na maior parte do tempo, o pré-candidato do PDT falou sobre suas propostas para o setor econômico, que o diferenciariam dos demais candidatos. “O sistema político brasileiro tenta fazer com que a eleição possa ser resolvida com seis meses de antecedência, desde que todos os candidatos se comprometam com o mesmo modelo econômico”, ressaltou. Ainda para Ciro, a mudança desse modelo poderia resultar numa pacificação futura do país.
Perguntado sobre o voto útil, disse que sua candidatura não seria necessária se Lula representasse uma mudança do modelo econômico, o que na opinião dele não condiz com a realidade. Para Ciro Gomes, todos as demais candidaturas estão comprometidas com o tripé formado por câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário.
Ainda se dirigindo ao pré-candidato do PT, Ciro defendeu que um país com tanta história como o Brasil não pode ter só um líder. “Enchi o saco, ajudei esse cara várias vezes”, afirmou no tom que lhe é característico.
Já ao ser questionado pelo Sul21 sobre sua estagnação nas pesquisas, que em geral o apontam com cerca de 10% das intenções de voto, Ciro questionou os levantamentos e destacou que em um país onde 33 milhões estão passando fome, as pessoas não estão pensando em política. Além disso, para o pré-candidato, a distância de quatro meses para o pleito faz com que as pesquisas ainda não consigam captar aquilo que deve se concretizar nas urnas.

O pré-candidato disse ser contra o Regime de Recuperação Fiscal, ao qual o Estado planeja aderir, aprovando uma série de medidas de cortes de gastos e enxugamento da máquina pública. Na entrevista, Ciro lembrou ter dito ao ex-governador Antonio Britto (MDB) para não fazer o acordo da dívida com Fernando Henrique Cardoso, acerto já muito questionado e que ainda hoje custa muito aos cofres do RS. Para ele, o acordo, já na época, visava “colocar o Estado de joelhos”. Ciro disse que se eleito vai revogar o RRF.
Perguntado sobre a decisão de uma futura aliança entre PDT e PSB no RS, o pré-candidato disse que a decisão depende dos mandatários das duas siglas no Estado. “O que o partido decidir, está bom”, fazendo questão de elogiar o pré-candidato do PSB, Beto Albuquerque, “um amigo de longa data”. Beto, mesmo convidado, ficou fora das agendas com Lula no Estado há poucos dias.
Sobre uma possível conversa com Simone Tebet, pré-candidata do MDB à presidência, disse que não conhece o projeto econômico da senadora. Recentemente, Ciro acenou para Simone como vice em sua chapa e uma aproximação poderia estar sendo traçada entre lideranças dos dois partidos.