Meio Ambiente
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19 de fevereiro de 2025
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18:54

Melnick desiste de empreendimento que cortaria quase 900 árvores na Zona Sul de Porto Alegre

As três torres a serem construídas receberam autorização para terem 18 metros de altura, o dobro do estipulado no Plano Diretor. Foto: Divulgação/Leiloeiro
As três torres a serem construídas receberam autorização para terem 18 metros de altura, o dobro do estipulado no Plano Diretor. Foto: Divulgação/Leiloeiro

A incorporadora e construtora Melnick desistiu de levar adiante empreendimento na Zona Sul de Porto Alegre que previa a remoção de 889 árvores. O projeto estabelecia a construção de três prédios com o dobro da altura permitida no Plano Diretor. Representados pela Associação Comunitária Jardim Isabel, moradores dos bairros Ipanema, Jardim Isabel, Pedra Redonda, Vila Conceição e Sétimo Céu haviam apresentado denúncia ao Ministério Público Estadual na semana passada. 

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Em nota sucinta, a empresa informou ao Sul21 nesta quarta-feira (19) que “apesar do projeto contar com o Estudo de Viabilidade Urbanística aprovado, optou por não dar sequência no desenvolvimento do empreendimento”. A construtora não informou o que motivou a desistência, nem se tem outro projeto para o terreno, que fica na Avenida Coronel Marcos, número 1.719, na antiga sede campestre da Fundação Ruben Berta, se estendendo da avenida até o Guaíba, e contornando o Morro do Sabiá.

Aprovado no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (CMDUA) em fevereiro de 2021, o regime urbanístico da altura foi flexibilizado dos nove metros permitidos no Plano Diretor e nos regimes das Áreas Especiais de Interesse Cultural para 18 metros, além de mais um pavimento de “subsolo” que aflora do chão, totalizando sete andares. “Aumentar a altura de 9 metros para 18 metros certamente não condiz com os conceitos de flexibilização. Veja-se que torres com sete pavimentos de altura onde o máximo é três pavimentos descaracteriza totalmente o conceito de Cidade Jardim, de Área Especial de Interesse Cultural, preconizados pelo próprio plano diretor para o bairro”, afirma a denúncia assinada pelo presidente da Associação Comunitária Jardim Isabel, Carlos Sant’Anna, o arquiteto André Huyer e Jacqueline Custódio, presidente do Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda, Vilas Conceição e Assunção.

Para Custódio, o posicionamento da empresa deixa uma impressão de “recuo estratégico”. “Ficamos felizes, mas não vamos nos desmobilizar, ao contrário. Não se sabe muito bem como vai ser daqui para a frente”, afirma.


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