Meio Ambiente
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14 de novembro de 2023
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16:51

Governo estadual lança edital para contratar serviço de monitoramento meteorológico

Por
Sul 21
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Foto: Guilherme Santos/Sul21
Foto: Guilherme Santos/Sul21

O governo estadual anunciou a abertura de processo para a contratação de serviço de radar meteorológico, visando o aperfeiçoamento do monitoramento climático no Rio Grande do Sul. As empresas ou fornecedores interessados em participar do pregão eletrônico poderão enviar suas propostas dia 28 de novembro.

O serviço irá monitorar as condições meteorológicas em Porto Alegre e na Região Metropolitana, áreas escolhidas por concentrarem grande parte da população do RS. Na avaliação do governo, a região abrange cidades que necessitam de atenção especial em termos de acompanhamento meteorológico. O edital foi publicado no Diário Oficial do Estado de segunda-feira (13) e prevê que a empresa contratada realize cobertura em um raio de 150 km.

A intenção em contratar o serviço foi anunciada pelo governado Eduardo Leite (PSDB) no dia 24 de outubro, durante assinatura de contrato de parceria com o Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI, na sigla em inglês) para consultoria na governança, análise de risco e vulnerabilidade climática do RS diante dos desafios das mudanças climáticas.

Atualmente, o RS conta com o serviço de monitoramento meteorológico realizado por três radares das Forças Armadas, um em Canguçu e outro em Santiago, e um terceiro no Morro da Igreja, em Santa Catarina. Por esse motivo, na avaliação do governo gaúcho, Porto Alegre e a Região Metropolitana acabam não recebendo cobertura adequada.

“É preciso conseguir ter uma estrutura que melhor nos dê condição de fazer os alertas com a maior precisão possível, porque a estratégia para poder proteger a vida das pessoas é que a previsão oferecida seja objetiva e confiável. Se constantemente você emite alertas que não se confirmam, depois o sistema perde a credibilidade. Então a gente precisa ter a maior assertividade e credibilidade num sistema que quando faz o alerta, as pessoas identificam que é real, que a água realmente vai atingir ou que outro fenômeno vai acontecer, porque se elas não confiarem no sistema, a gente vai ficar emitindo alertas que não vão ser atendidos. Perde a credibilidade e as pessoas acabam não atendendo aos nossos apelos”, explicou Leite, durante evento na Fábrica do Futuro, em Porto Alegre, em outubro.

Na ocasião, o governador ponderou que o governo emite alertas a partir das informações e dados de que dispõe, mas afirmou que muitas vezes os alertas não se confirmam ou são genéricos.

“É um alerta válido, mas ele não dá precisão, de forma que faça com que a pessoa saiba que vai chover 300 mm nesse ponto e a gente precisa saber quais são os efeitos dessa chuva, nessa localidade, nesse rio, nos seus mananciais e conseguir dar os alertas para dizer às pessoas: ‘Olha, em três horas essa localidade vai estar debaixo da água, então evacue essa área imediatamente’. A gente não tem essa capacidade. A gente quer caminhar para isso, para poder ter um sistema com credibilidade que faça com que as pessoas tomem as medidas necessárias quando, objetivamente, a gente observar que vai acontecer um desastre”, explicou.

Para o secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual da Defesa Civil, Coronel Luciano Boeira, a contratação do serviço vai possibilitar o acesso a melhores dados e, assim, fornecer um monitoramento apropriado.

“O serviço de radar está relacionado diretamente com ações de prevenção contra eventos adversos. Nós teremos condições de disponibilizar dados mais qualificados com até três horas de antecedência. Atualmente, a informação que temos é apenas a visualização das imagens produzidas pelos radares das Forças Armadas, nós não temos acesso aos dados produzidos por eles. Com a contratação do serviço, teremos acesso a mais dados e, portanto, a informação produzida será mais qualificada”, enfatizou Boeira.

Após a realização do pregão e assinatura do contrato, a empresa ou fornecedor terá 60 dias para realizar um estudo técnico que irá definir o melhor local para instalação do radar, que deverá ser feita em seguida. A prestação dos serviços de monitoramento, acompanhamento e emissão de alertas se estende por 60 meses.

Além disso, o governo estadual exige que a empresa escolhida seja responsável por realizar quaisquer manutenções ou substituições necessárias no equipamento durante todo o período de prestação dos serviços. Os profissionais capacitados a operar e a emitir os relatórios também devem ser fornecidos pela vencedora do pregão.


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