Internacional
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7 de julho de 2024
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21:28

Coalizão de esquerda vence eleição legislativa na França e extrema direita fica em terceiro lugar

Por
Sul 21
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Expectativa a partir de agora é sobre a negociação da escolha do futuro primeiro-ministro. Foto: Jonathan Sarago
Expectativa a partir de agora é sobre a negociação da escolha do futuro primeiro-ministro. Foto: Jonathan Sarago

O segundo turno da eleição legislativa realizada neste domingo (7), na França, atraiu os olhares do mundo político ocidental. Grupos de extrema direita e progressistas de vários países pararam para acompanhar uma votação histórica, que poderia recolocar a extrema direita no poder da França pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

No entanto, isso não aconteceu. A coalizão de partidos de esquerda, denominada Nova Frente Popular, chegou em primeiro lugar, com 182 cadeiras na Assembleia Nacional. Em segundo ficou a coalizão de partidos aliados com o presidente Emmanuel Macron, chamada de Juntos, com 168 cadeiras. E a Reunião Nacional, de extrema direita, que havia terminado o primeiro turno na liderança, acabou apenas em terceiro lugar, com 143 assentos.

Essa foi a quarta vez que uma frente republicana funcionou para barrar a extrema direita, depois de também se unir nas eleições de 2002, 2017 e 2022. Ainda assim, a extrema direita conseguiu ampliar sua participação política. O grupo de Marine Le Pen, mesmo em terceiro lugar, dobrou de tamanho no parlamento.

Para alcançar a vitória, mais de 220 políticos de esquerda ou de centro desistiram de suas candidaturas no segundo turno da eleição com o objetivo de que seus votos fossem transferidos para o melhor colocado com chance de barrar a eleição de um representante da extrema direita.

Na França, a eleição para os 577 representantes na Assembleia é distrital. Disputarão a eleição neste domingo todos os candidatos que obtiveram mais de 12% dos votos no primeiro turno.

Jean-Luc Mélenchon, chefe do grupo de esquerda França Insubmissa, pediu que Macron convoque seu grupo a formar um governo, sinalizando a volta da coabitação na política francesa. Ele disse que a esquerda não abrirá mão dessa condição. “Estamos prontos para governar”, afirmou Mélenchon. A esquerda, todavia, não tem maioria para formar um governo de maneira automática, pois não obteve os 289 assentos necessários para escolher o primeiro-ministro.

A expectativa, a partir de agora, é que a coalizão de partidos de esquerda e a base de Macron se unam para alcançar a maioria da Assembleia Nacional e então escolher o primeiro-ministro.

“Os franceses disseram não à extrema direita”, disse Olivier Faure, primeiro secretário do Partido Socialista, que faz parte da coalizão de esquerda. “Evitamos o pior”, afirmou, admitindo que os partidos de esquerda não têm maioria absoluta, mas mesmo assim, pedindo para Macron reconhecer a derrota e deixar a esquerda escolher o primeiro-ministro.

Gabriel Attal, atual primeiro-ministro de Macron, ponderou que os riscos de um governo de extrema direita ou de extrema esquerda foram evitados. “Nenhuma maioria pode ser feita pelos extremos”, disse. Ele anunciou que entregará seu cargo nesta segunda-feira (8) diante da falta de maioria para os aliados de Macron.

Por sua vez, Macron indicou que não vai decidir nada agora e esperar[a até o dia 18 de julho, quando a Assembleia Nacional se reúne em sua nova formação para, então, “tomar as decisões necessárias”.


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