
O Comando Nacional do Breque dos Apps, organização que representa os entregadores por aplicativo, publicou nota repudiando o reajuste do Ifood na remuneração de forma unilateral, “sem qualquer abertura para diálogo ou negociação com os trabalhadores”. O comunicado veio logo após a empresa anunciar, nesta terça-feira (29), aumentos que não atenderam às demandas da categoria, que planeja manifestação e nova paralisação.
O Ifood anunciou aumento da taxa mínima de R$ 6,50 para R$ 7,50 aos entregadores de carro ou moto e R$ 7,00 para entregadores de bicicleta. Segundo o Comando Nacional, a diferença nos valores é “um total desrespeito com quem também enfrenta o corre diário nas ruas, muitas vezes em condições ainda mais precárias”. A entidade pede que o valor pago seja o mesmo, independente do veículo. Também sobre os trabalhadores em bicicletas, o Comando Nacional pede que exista um limite de até 3km por rota para esses profissionais. O Ifood limitou a distância das rotas em quatro quilômetros. Outra mudança promovida foi o incremento no seguro pessoal gratuito oferecido pelo aplicativo.
Porém, a pauta principal é a questão do pagamento. “Nós queremos que a taxa mínima seja de R$ 10,00 e R$ 2,50 por quilômetro rodado”, diz Ângel Rosseti, organizador do Comando Nacional e membro do coletivo Entregadores Unidos pela Base. Hoje, o entregador recebe R$ 1,50 por cada quilômetro andado. Ainda, o Ifood não paga integralmente as chamadas “rotas agrupadas”, que é quando o profissional faz duas entregas próximas do mesmo restaurante por um bônus, sem receber o valor cheio da quilometragem extra.
O Comando Nacional realizará um protesto nacional no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, e uma reunião aberta a todos os profissionais da categoria para discutir a data para um novo breque. “Tentamos contato com o Ifood. Receberam um pessoal na sede deles em Osasco, mas só ouviram as demandas e não fizeram proposta”, comenta Rosseti. A empresa tem até o dia 1º de maio para abrir conversas com o grupo ou atender integralmente todas as demandas até o dia 1º de junho de 2025, que é quando as mudanças no sistema de remuneração entram em vigor.