
Um avião de pequeno porte caiu em Gramado, na Serra Gaúcha, durante a manhã deste domingo (22). O Corpo de Bombeiros Militar controlou o incêndio decorrente da queda da aeronave, que havia decolado de Canela. Conforme o governador Eduardo Leite (PSDB), em vídeo publicado nas redes sociais, o avião transportava 9 pessoas. Ainda não foi confirmado se houve mortos no acidente.
O avião colidiu na chaminé de um prédio, depois no segundo andar de uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Destroços ainda alcançaram uma pousada. No atendimento inicial da ocorrência, pelo menos 15 pessoas foram encaminhadas para o hospital da cidade, a maioria em razão de ter inalado fumaça do incêndio provocado pela queda.
O local está isolado pela Brigada Militar. As forças de segurança permanecem no local fazendo o trabalho de rescaldo e resgate. A Polícia Civil investiga o caso.
A aeronave era uma turbo-hélice de prefixo PRNDN, que partiu do Aeroporto de Canela às 9h15 com destino a São Paulo. A RS-235 permanece bloqueada para o trabalho das equipes de resgate e segurança. A Prefeitura de Canela recomendou que moradores e turistas utilizem a Estrada do Caracol para o deslocamento entre Gramado e Canela.
Condições de visibilidade no momento do acidente
Segundo a MetSul meteorologia, na manhã de hoje, as condições de visibilidade em Gramado e Canela no momento do acidente aéreo eram piores que em Santos no dia do desastre com o avião do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, acidente que ocorreu em 2014.
De acordo com o meteorologista Luiz Fernando Nachtigall, especialista em Meteorologista Aeronáutica, a investigação que será feita pelo Cenipa (órgão da Força Aérea Brasileira) vai se debruçar sobre as condições meteorológicas e se elas permitiam voar nas condições presentes nesta manhã. Nachtigall, que coordenou a Meteorologia do Aeroporto de Porto Alegre por vários anos quando esteve na Força Aérea, recorda que o aeroporto de Canela (SSCN) é pequeno e não possui instrumentação e tampouco boletins meteorológicos como em aeródromos maiores, como era o de Santos.
No momento do acidente aéreo com o avião em Gramado, uma frente fria avançava pelo Nordeste do Rio Grande do Sul com abundante nebulosidade e chuva de variada intensidade entre a Serra, a Grande Porto Alegre e o Litoral Norte. Este sistema frontal era responsável pelo forte nevoeiro em Gramado com visibilidade horizontal de poucas dezenas de metros. Havia ainda chuva leve e garoa com registro de precipitação na estação meteorológica no aeroporto de Canela de 3,8 mm entre 8h e 9h da manhã e de outro 1,6 mm entre 9h e 10h. Já o vento era fraco.