
Vinicius de Andrade Cordeiro, 43 anos, morreu na tarde desta sexta (1º) ao ser atingido por uma moto enquanto pilotava uma patinete elétrica na avenida Protásio Alves, bairro Petrópolis. O acidente ocorreu por volta do meio-dia, próximo à esquina com a rua Professor Langendonck, sentido Centro-bairro. A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Crimes de Trânsito.
Segundo a Polícia Civil, a vítima atravessava da faixa de ônibus para a calçada e estava na faixa de pedestres, mas teria cruzado a rua enquanto o sinal ainda estava aberto para veículos. O impacto causou a morte imediata do homem, e a patinete foi apreendida pela perícia para análise. O motociclista, que sofreu uma fratura no braço ao cair no asfalto, foi socorrido por uma equipe do Samu no local e encaminhado ao hospital.
A colisão bloqueou o trânsito na avenida, que permaneceu congestionado por cerca de uma hora, com a circulação desviada para o corredor de ônibus – a mudança ocorreu sob orientação dos agentes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). A passagem de veículos já foi liberada.
A empresa JET, responsável pela patinete que Vinicius pilotava, lamentou em nota o acidente e informou que tentava entrar em contato com a família da vítima (leia na íntegra ao final do texto).
Em nota, a EPTC informou que, conjuntamente com a Secretaria de Mobilidade Urbana (SMMU), há um monitoramento constante de todos os acidentes envolvendo patinetes que são reportados tanto por usuários quanto por agentes. O objetivo é identificar os fatores que possam ter contribuído para os casos e implementar ações preventivas.
Além disso, a empresa mencionou que, até o momento, haviam sido registrados quatro acidentes envolvendo patinetes, nenhum fatal. Eles ocorreram em fevereiro, abril, setembro e outubro deste ano. Em 2023, apenas um incidente com patinete foi notificado, em dezembro.
“Até a data de hoje, 1° de novembro, não havia registro de caso gravíssimo. Nesta sexta-feira uma colisão entre moto e patinete, na altura do numeral 1987 da av. Protásio Alves, resultou na morte do usuário da Patinete de cor azul, da empresa JET, que está autorizada operar em Porto Alegre desde abril deste ano. […] Esta é a maior preocupação neste tipo de operação de micromobilidade e por esta razão a Escola Pública de Mobilidade da EPTC realiza ao longo do ano diversas e regulares ações educativas com o foco em orientar a população sobre o uso correto dos patinetes, para explicar as regras e dar dicas de condução segura para quem utiliza o equipamento. É importante que todos as pessoas em circulação desenvolvam o autocuidado e a percepção do risco para diminuir o número de vítimas no trânsito”, comunicou a EPTC.
Os dados do Hospital de Pronto Socorro (HPS), no entanto, contradizem a informação da EPTC sobre a quantidade dos acidentes. Até abril de 2024, o HPS havia registrado 34 ocorrências envolvendo patinetes elétricos. Ainda, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) alertou que esse número poderia ser significativamente mais alto, considerando que o HPS não é o único hospital a atender casos relacionados.
Para registrar acidentes em vias públicas, os cidadãos podem acionar a central 156 ou 118, que encaminha agentes da EPTC ao local. Em casos de ocorrências com vítimas, os agentes prestam o atendimento inicial e encaminham as partes para a Brigada Militar ou Polícia Civil. Nos casos de danos materiais, a responsabilidade é da EPTC. “As operadoras possuem seguro para os casos de sinistros de trânsito com envolvimento de patinetes que podem ser acionados pelos clientes”, complementa a empresa.
Leia a nota da JET na íntegra:
Em nota, a JET lamenta profundamente o acidente de trânsito que ocasionou na morte de um usuário de patinete elétrico nesta sexta-feira, em Porto Alegre, e presta condolências aos familiares e entes diante dessa perda. A empresa comunica que busca entrar em contato com a família da vítima.
Todas as viagens da JET contam com seguro para acidentes de trânsito, cabendo ser acionada para o acesso ao seguro. A empresa também reitera seu compromisso com a educação no trânsito. A empresa conta com uma equipe de instrutores se revezando nas principais estações de retirada do veículo, a fim de orientar sobre regras de uso, frenagem e manobras.
Ainda, é comum a JET realizar aos fins de semana a campanha educativa Escola de Direção Segura em principais pontos das cidades em que atua a fim de orientar a população.
Vale ressaltar que, no início de cada viagem, o usuário pode observar pelo aplicativo como estacionar de forma adequada sem atrapalhar o trânsito de pedestres ou demais veículos.
Em cada viagem, ele acessa reels (vídeos) explicando as principais regras, como: a idade mínima é de 18 anos; é proibido largar o veículo nas calçadas; fazê-lo de transporte de carga ou levar acompanhante ou animais.