O governo federal realizou, na manhã desta sexta (18), um evento simbólico para marcar a reabertura do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após cerca de seis meses (168 dias) de inatividade. A cerimônia – que contou com a presença dos ministros de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, e da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta –, teve duas etapas: o pouso da aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) e uma solenidade. No local, ainda estavam presentes a CEO da Fraport Brasil, Andreea Pal, o vice-governador do estado, Gabriel Souza, e o vice-prefeito da Capital, Ricardo Gomes.
O aeroporto, fechado em 3 de maio, ficou com aproximadamente 75% da sua pista de pousos e decolagens submersa por várias semanas. Para viabilizar os investimentos necessários dentro do prazo estipulado para a retomada das atividades, o governo federal liberou R$ 426 milhões, garantindo um ajuste contratual com a concessionário Fraport.
Com a retomada das viagens comerciais na próxima segunda (21), é esperado que ocorram 71 voos por dia, entre chegadas e partidas, com o número aumentando para 122 até novembro. Com isso, o aeroporto volta a operar com cerca de 80% de sua capacidade, retomando o posto de principal ponto de conexão aérea da região Sul do Brasil. Segundo Paulo Pimenta, a expectativa é que, até dezembro, a pista esteja totalmente recuperada, permitindo o retorno completo das operações: “Até o Natal, a gente vai voltar com o aeroporto 100% e com os voos internacionais”, disse.
O ministro também declarou que a reconstrução do espaço marca um “novo começo” para o Rio Grande do Sul. “O Estado, que enfrentou a sua maior tragédia, vai sair dessa tragédia mais forte e melhor do que antes. Nós só não teremos condições de devolver às famílias, de gaúchos e gaúchas, as vidas que foram perdidas. Mas tudo mais que foi destruído, vai ser reconstruído melhor. Este aeroporto, que será reinaugurado, tem uma pista melhor, ele é mais moderno, ele é um aeroporto ainda melhor do que era”, afirma.
Durante o evento, o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, argumentou que a enorme quantidade de chuva que inundou a pista em maio não pode ser atribuída a falhas pontuais, afastando assim a culpa da administração pública. “Quero destacar […] a dimensão do que aconteceu. […] Acho que a projeção, a imaginação do volume de águas que foi necessário para alagar esta pista com a altura que a água chegou, por si só fala, eu diria, da irresponsabilidade daqueles que tentaram atribuir a uma ou duas casas de bombas, ou a uma só comporta, o volume de água que chegou aqui”, disse Gomes.
Cercado por ministros e parlamentares, Paulo Pimenta destacou que o governo mantém uma programação de iniciativas em Porto Alegre e na Região Metropolitana visando conter os danos de possíveis novas cheias. “Esse foi o compromisso assumido pelo presidente Lula lá no início (da enchente). Precisamos reconstruir o que foi perdido. Nós precisamos fazer com que uma situação como essa jamais se repita. Vamos construir um sistema de contenção moderno e eficiente, que traga segurança, para que as empresas possam trabalhar, para que os empresários tenham tranquilidade, mas também para que as famílias possam viver em seus bairros”, conclui.
