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27 de setembro de 2024
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17:22

Simpa critica fala de diretor-adjunto do Dmae sobre alagamentos em Porto Alegre: ‘falta gestão’

Por
Yasmmin Ferreira
yasmmin@sul21.com.br
Alagamento na Avenida Cristovão Colombo após chuva intensa na quinta-feira (26) | Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Alagamento na Avenida Cristovão Colombo após chuva intensa na quinta-feira (26) | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Em nota divulgada nesta sexta-feira (27), o Cores/Dmae, ligado ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), respondeu à declaração do diretor-adjunto do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Darcy dos Santos. Em entrevista, o diretor afirmou que o sistema de drenagem da cidade seria insuficiente para chuvas “maiores como essa”, em referência à precipitação registrada entre os dias 24 e 25, o que foi considerado pela entidade como uma compreensão superficial e tecnicamente equivocada.

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Segundo o Cores/Dmae, o comentário feito por Santos ignora conceitos essenciais no planejamento de drenagem, como o Tempo de Retorno (TR) – utilizado para dimensionar sistemas com base na frequência esperada de eventos de precipitação. Citando o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que afirmou que a chuva acumulada de 45,2 mm no período mencionado não pode ser considerada excepcional, foi determinado que o volume registrado está dentro dos parâmetros que “o sistema deveria suportar”.

O sindicato reforça, ainda, que a falha não está no dimensionamento da infraestrutura, mas, sim, na falta de manutenção e na obstrução dos canais de drenagem. De acordo com a nota, o correto entendimento dos fenômenos hidrológicos demanda a distinção entre micro e macrodrenagem, onde alagamentos localizados estão frequentemente associados à manutenção inadequada da microdrenagem, enquanto transbordamentos de cursos d’água maiores indicam problemas na macrodrenagem.

O Simpa Cores/Dmae também aponta que a declaração do diretor-adjunto parece ser uma tentativa de blindagem política, desconsiderando a transparência necessária sobre os critérios técnicos adotados. O problema, conforme a entidade, está na falta de conservação da infraestrutura e na gestão ineficiente dos recursos públicos. Além disso, o sindicato destaca que a atual gestão do Dmae, “escolhida pelo prefeito Sebastião Melo”, desqualifica gestões passadas e aposta na privatização como solução, enquanto o verdadeiro problema reside no “despreparo técnico dos atuais gestores”.

Por fim, a nota também sublinha que, para a população mais vulnerável, a distinção entre alagamentos e enchentes é irrelevante, já que ambos os fenômenos causam danos materiais e colocam em risco a sua segurança e qualidade de vida. A solução, segundo o Simpa Cores/Dmae, passa por investimentos contínuos e estratégicos na infraestrutura de drenagem, com foco em prevenir e mitigar os impactos dos eventos climáticos, protegendo a população Porto-Alegrense por completo.

A entidade finaliza o texto com: “em uma linguagem bem clara, FALTA GESTÃO!”.


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