
Uma quantidade incontável de garrafas de água mineral de diferentes tamanhos, doadas para socorrer as vítimas da trágica enchente que devastou o Rio Grande do Sul em maio, estão ao livre, pegando sol, no Centro Administrativo de Contingência (CAC) do governo estadual. No mesmo endereço, funciona a Central Logística da Defesa Civil Estadual, onde dentro dos armazéns há pilhas e pilhas de sacolas com roupas, rações de animais e material de limpeza que ainda aguardam o destino correto.
Localizado na avenida Joaquim Porto Villanova, 201, no bairro Jardim Carvalho, o espaço também serviu para receber os gabinetes do governador Eduardo Leite (PSDB) e do vice-governador, Gabriel Souza (MDB), além das secretarias de governo, quando a enchente em maio não permitiu o uso do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff).
Na tarde desta terça-feira (2), alguns caminhões do Exército e funcionários da Defesa Civil estadual podiam ser vistos circulando pelos armazéns e o pátio ao redor, onde estão depositados centenas de pacotes com garrafas d’água.

Segundo a Defesa Civil Estadual, parte do estoque de água que está armazenada no pátio da Central Logística é de garrafas que já chegaram com o prazo de validade vencido ou estão próximo de expirar. O órgão justifica que, por isso, a água não pode ser destinada para consumo humano e está sendo direcionada para outras finalidades, como limpeza. Ainda conforme a Defesa Civil, há cargas que chegaram danificadas devido o transporte.
“Os estoques de doações na Central Logística não pararam de ser distribuídos aos municípios e entidades do terceiro setor em nenhum momento e seguem sendo enviados, porém, os volumes de cargas que também não param de chegar superam essa capacidade de distribuição. Isso ocasiona acúmulo de cargas dos mais diversos itens, situação diante da qual cargas de água engarrafada com prazos expirados ou próximo de expirar são armazenadas no pátio para priorizar os espaços de galpão cobertos para outros itens, como cargas de alimentação”, explica a Defesa Civil Estadual.
Por outro lado, o pedido é para que haja doações de outros itens como, por exemplo, roupas íntimas novas, que não chegam com a frequência necessária para atender a demanda.
Diante do enorme volume de doações estocadas, a Defesa Civil Estadual argumenta que tem adotado outras medidas para agilizar a distribuição do estoque, como a entrega para escolas, hospitais, unidades prisionais e outras entidades, além de ter contratado os serviços dos Correios para aumentar a capacidade de distribuição de cargas por todo o Rio Grande do Sul.

