
Vinte e sete famílias indígenas ocuparam nesta semana uma área pertencente ao governo do Estado no município de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para formarem a retomada Guarani Mbyá Nhe’engatu. O grupo é formado por integrantes de diversas comunidades de Viamão e também por moradores de outros locais.
Em conversa com a reportagem do Sul21 nesta sexta-feira (19), Eloir Werá Xondaro, liderança guarani que foi cacique da Aldeia da Estiva — localizada próxima a RS 040 –, disse que a área tem 148 hectares e tem um centro de pesquisa da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), que estaria desativado.
“A Fepagro desativou, não funciona mais, daí agora o pessoal da universidade está usando como centro de pesquisas, estudantes têm uma pesquisa com butiá e outras espécies, tem diversas espécies aqui. Mas o município de Viamão tem interesse, inclusive lançou uma proposta de pegar 88 hectares em troca de uma dívida que o estado tem com o município. Mas o município tem interesse só pra montar condomínios, essas coisas, tipo pra destruir a natureza mesmo”, argumenta Eloir.
Ele destaca que a área antigamente era um local de passagem para o povo guarani em direção a Itapuã. “Tem esse registro do local como passagem, sempre andavam por aqui circulando”, diz.
