Geral
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6 de dezembro de 2023
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16:33

Em audiência na Assembleia, IBGE detalha dados do Censo de 2022 sobre o RS

Por
Duda Romagna
mariaeduarda@sul21.com.br
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

Uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (6) destacou alguns dos dados do último Censo já divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No encontro, proposto pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), presidida pela deputada Laura Sito (PT). representantes da superintendência do IBGE no Rio Grande do Sul detalharam, por exemplo, a importância de, pela primeira vez, terem sido coletados dados sobre a população quilombola.

Os dados do último Censo foram coletados no período de 1º de agosto de 2022 a 28 de maio de 2023, com a incorporação das revisões realizadas entre 29 maio e 07 de julho deste ano. Cada recenseador percorreu uma área delimitada chamada “setor censitário”. No Rio Grande do Sul foram aproximadamente 25 mil setores e 5,3 milhões de domicílios.

Ainda em dezembro, devem ser divulgados os indicadores sobre cor e raça. Os dados agregados por município, bairro e setor censitário serão divulgados em 2024.

“O IBGE tem a missão de retratar o Brasil. É de interesse do IBGE que esses dados sejam utilizados não só pelo governo federal, mas também por qualquer instância de governo, para de fato produzir melhorias para a população. Não adianta em nada produzir esses dados se eles ficam nos computadores”, afirmou Luís Eduardo Azevedo Puchalski, coordenador operacional do Censo Demográfico 2022 no RS.

 

Foto: Luiza Castro/Sul21

Os principais diferenciais da pesquisa realizada no ano passado para os anos anteriores foi a inclusão de perguntas para contabilizar a população quilombola, assim como já era feito com a população indígena. Foram consideradas quilombolas as pessoas que se auto identificaram como tal. A pergunta “Você se considera quilombola?” abria no aparelho utilizado pelo recenseador apenas em localidades previamente mapeadas pelo IBGE, que englobam territórios quilombolas oficialmente delimitados, agrupamentos quilombolas e demais áreas de conhecida ou potencial ocupação.

Leia também: Levantamento inédito do IBGE pode assegurar políticas públicas para a população quilombola

Segundo os dados do censo, 1.327.802 pessoas se identificam como quilombolas no país, correspondendo a 0,65% da população. O levantamento mostrou também que o RS é o 13º estado brasileiro em número absoluto de quilombolas, com 17.496, e o primeiro na região Sul, seguido por Paraná, com 7.113, e Santa Catarina, com 4.447.

Os dados do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) utilizados pelo IBGE mostram que o RS possui 27 territórios quilombolas oficialmente delimitados, com diferentes status fundiários. Somente três territórios estão integralmente titulados pelo Estado: Chácara das Rosas (Canoas), Família Silva (Porto Alegre) e Rincão dos Martimianos (Restinga Seca). O levantamento ainda mostra que 2.608 quilombolas gaúchos vivem em territórios oficialmente delimitados (14,91%) e os demais 14.888 fora desses territórios (85,09%). 

Chama atenção a transição demográfica e o envelhecimento progressivo da população. No Rio Grande do Sul, 14,1% dos moradores têm 65 anos ou mais. É o estado com a maior proporção de população idosa. Também registra o menor percentual de crianças. A faixa etária até 14 anos representa 17,5% da população gaúcha. A idade mediana no estado é 38 anos, três a mais do que a idade mediana nacional.

Entre os dez municípios com o maior índice de envelhecimento, nove são do Rio Grande do Sul e um de São Paulo. Os três que ocupam o topo dessa lista são todos gaúchos e têm menos de 5 mil habitantes: Coqueiro Baixo (277,14), Santa Tereza (264,05) e Três Arroios (245,98).

Ainda, no RS, grande parte das cidades registrou uma redução da população. Dados apontam que, hoje, a população da Capital é de 1.332.570 moradores. O resultado significa uma queda de 5,4% da população porto-alegrense em relação ao Censo de 2010, quando a cidade tinha 1.409.351 habitantes.

Em diminuição está também a quantidade de moradores por domicílio no estado. Foi registrada uma variação de quase 14% entre 2010 e 2022, totalizando uma média de 2,54 moradores. Já o quantitativo de domicílios não ocupados, vagos e/ou abandonados, cresceu 85,3%. Os domicílios não ocupados de uso casual, comuns em áreas litorâneas, também cresceram, com aumento de 49,4%. 


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