
A Casa de Referência Mulheres Mirabal recebeu nesta terça-feira (12) o alvará de funcionamento que permitirá a continuidade do trabalho de acolhimento de mulheres vítimas de violência.
Apesar de ser uma instituição respaldada pelo poder público, que encaminhava vítimas de violência para a casa, a Mirabal enfrentou ao longo dos últimos anos uma série de disputas na Justiça, com a Prefeitura e com o Estado para continuar operando e para oficializar a prestação. Desde setembro de 2021, por exemplo, a instituição estava sem luz.
A Casa de Referência Mirabal surgiu inicialmente como uma ocupação que abrigava mulheres vítimas de violência na Av. Duque de Caxias, no Centro de Porto Alegre, em dezembro de 2016. O objetivo da Mirabal era ajudar a suprir a falta de vagas em Porto Alegre para as mulheres e seus filhos que precisavam deixar ambientes de violência.
Após a Justiça determinar a reintegração de posse do primeiro imóvel, as representantes do projeto e as mulheres acolhidas ocuparam, em setembro de 2018, um prédio que pertencia à antiga escola estadual Benjamin Constant, no bairro São João, que foi fechada durante o governo Sartori e o seu terreno devolvido para a Prefeitura, proprietária original da área. Inicialmente, a Prefeitura tentou obter a reintegração de posse, mas perdeu na Justiça em primeira instância, o que desencadeou uma negociação para a permanência da Mirabal no local.
O trabalho desenvolvido na Casa é realizado de forma voluntária por advogadas, psicólogas, enfermeiras e militantes que se revezam nas tarefas.