Educação
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28 de abril de 2025
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17:59

Porto Alegre aparece entre as piores capitais em estudo sobre educação da rede pública

Por
Sul 21
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Foto: Bettina Gehm/Sul21
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A ONG Todos Pela Educação publicou, nesta segunda-feira (28), o relatório “Aprendizagem na Educação Básica: situação brasileira no pós-pandemia”, que analisa o cenário da educação pública no país. O estudo usou como base as provas realizadas em 2023 pelo Sistema de Avaliação da Educação (SAEB) com estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio em Português e Matemática. Pela primeira vez, os efeitos da pandemia de covid-19 sobre o desempenho dos alunos foram postos em dados. Apesar do quadro de recuperação da qualidade do ensino público após a emergência global de saúde, a tendência nas grandes cidades do país, como Porto Alegre, foi de queda em relação a 2019.

Entre os 32 municípios com mais de 500 mil habitantes e ao menos 20% das matrículas de Anos Finais (entre o 6º e 9º ano), a capital gaúcha se destaca negativamente. Porto Alegre é 30ª e 32ª no ranking no aprendizado apropriado de Português de alunos do 5º e 9º ano, respectivamente, na frente apenas de Natal (RN) e Feira de Santana (BA). As posições são as mesmas no ensino de Matemática. Entre alunos do 9º ano da rede pública municipal, só 5,1% tiveram desempenho considerado satisfatório. Porém, se os índices de ensino satisfatório são baixos, os números de alunos com aprendizado abaixo do básico são o completo oposto.

Pouco mais de um quarto (26% e 27,3%) dos estudantes da rede pública de Porto Alegre dos dois anos analisados não sabem o nível básico de Português, segundo o estudo. Na Matemática, os dados são mais alarmantes. Metade dos alunos de 9º ano (49%) e 38% dos estudantes do 5º têm aprendizado considerado “Abaixo do Básico”, categoria usada pela Todos pela Educação com base nos resultados da prova do SAEB.

Nas rede estaduais, o Rio Grande do Sul aparece acima da média nacional, figurando entre os principais do Brasil. Contudo, os índices estão em queda quando comparados a 2019, com quedas entre 1,7% e 10,8%. A principal está no volume de estudantes com aprendizado abaixo do básico, em especial na Matemática do 3º ano do Ensino Médio, que viu um aumento de 10,8% em quatro anos.

O relatório “Aprendizagem na Educação Básica: situação brasileira no pós-pandemia” também mapeou as desigualdades na educação pública brasileira. Os estudantes brancos apresentam níveis de “Aprendizagem Adequada” superiores aos de estudantes pretos e pardos em ambas as disciplinas e em todas as séries, com a diferença crescendo ano a ano.


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