
O governo do Estado vai reajustar em 6,27% o salário dos professores. O projeto de lei deverá ser protocolado em regime de urgência para que a correção entre na folha de pagamento de fevereiro ou março, sendo também retroativa a janeiro. Com este índice, o salário base dos professores gaúchos ficará em R$ 4.867,77, o que equivale ao piso nacional do magistério oficializado pelo Ministério da Educação.
Contudo, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) critica o fato de que nem todos os professores receberão o reajuste. Uma reforma da previdência feita em 2020 acabou com triênios e outras gratificações, mas, como não podia reduzir os benefícios dos aposentados, o governo faz com que eles tenham que absorver essas correções dentro do que ganham com as gratificações que já tinham conquistado, criando assim a chamada parcela de irredutibilidade. Na prática, isso significa que professores com vencimentos acima do piso recebem o reajuste no salário base, mas não tem aumento salarial real. Funcionários de escolas também devem ficar de fora do reajuste.
“Mais de 18 mil aposentados estão há onze anos sem nenhum tipo de reajuste. E cerca de 4 mil funcionários também estão há cerca de uma década sem nenhum tipo de aumento. Estamos cobrando que seja extensivo a toda categoria”, afirma a presidente do Cpers, Rosane Zan, que deve procurar a Casa Civil para fazer esta reivindicação.
Sobre o valor do reajuste, a dirigente sindical ressalta que a categoria tem perdas de 66% em seu poder de compra nos últimos dez anos. “Há um empobrecimento da nossa categoria, principalmente com a mudança do plano de carreira. Qualquer tipo de reajuste ainda fica bem aquém”.