Educação
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12 de julho de 2024
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17:47

Familiares e alunos do IFSul de Gravataí protestam por falta de transporte até a instituição

Por
Luciano Velleda
lucianovelleda@sul21.com.br
Alunos e familiares cobram o direito à educação e ao transporte para poder estudar. Foto: Rudá L. Zat da Silva
Alunos e familiares cobram o direito à educação e ao transporte para poder estudar. Foto: Rudá L. Zat da Silva

Familiares e alunos do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSul), do campus de Gravataí, realizaram nesta sexta-feira (12) uma manifestação cobrando a criação de algum transporte público capaz de atender os estudantes. O problema é antigo. Nos horários de entrada e saída de aula nos períodos da manhã, tarde e noite, nenhum transporte público passa perto da instituição e os alunos são obrigados a caminhar longas distâncias ou utilizar transporte por aplicativo.

O problema levou Fernanda, moradora da Parada 80 da RS 020, a tirar o filho do IFSul. Ela recorda o esforço dele ao fazer a prova de ingresso, mas a falta de transporte inviabilizou sua permanência. Ela conta que o problema vem sendo debatido desde a inauguração do IFSul, em agosto de 2014.

“Quantos alunos já desistiram da escola, desistiram de estudar, por não conseguir um meio de transporte?”, questiona. A falta de transporte público é combinada com a ausência, inclusive, de vans particulares, que atendem outras escolas da cidade no mesmo horário. “É um problema geral da nossa comunidade.”

Ela pondera que, embora seja uma escola federal, o IFSul está na cidade de Gravataí e, assim, defende que haja auxílio da Prefeitura. “A escola precisa que eles enxerguem de outra forma a necessidade dos alunos. Daqui a pouco, essa escola não vai existir mais por falta de alunos. É uma escola maravilhosa, com ensino muito bom, mas parece que o poder público não tem interesse que ela continue no município de Gravataí”, afirma.

Em março, 91 famílias encaminharam o pedido de colocação de linha municipal e intermunicipal de ônibus. Os familiares levaram a reivindicação à Sogil, empresa de transporte público municipal de Gravataí, porém não houve sucesso. O contato com a Prefeitura também, até o momento, não produziu resultados positivos.

Fernanda conta que, embora tenha tirado o filho da escola, seguirá batalhando para que o problema seja solucionado. “É uma coisa que não é aceitável. A gente tem direito, os alunos têm direito. Não devia nem ser questionado”, afirma, ressaltando a dificuldade dos estudantes em caminhar longas distâncias no frio para poder estudar.

Rosângela Maria da Silva, mãe de Rudá da Silva, aluno do primeiro ano do IFSul de Gravataí, lamenta que a dura realidade dos alunos seja pagar por transporte por aplicativo para conseguir chegar e sair da escola em segurança. “É bem triste constatar que o direito constitucional de acesso à educação, via transporte, não esteja garantido aos jovens que estudam no ensino médio no IFSul e nem mesmo aos alunos da graduação no período noturno”, critica.

O campus de Gravataí do IFSul funciona em três turnos e não há nenhuma linha de ônibus que passe perto nos horários de entrada e saída, ligando a instituição ao Centro para fazer a conexão com os bairros.

“Como última alternativa, estamos propondo à Prefeitura um acordo para que o transporte via van da Prefeitura, que atende escolas municipais, atenda também o Instituto Federal, já que na mesma quadra temos a Escola Tuiuti e outras municipais servidas por esse recurso. Os alunos do IFSul também são cidadãos de Gravataí”, afirma Rosângela. “Queremos que o direito por transporte seja realidade em Gravataí.”


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