
Professores de Filosofia lançaram na sexta-feira (10) um livro com uma série de artigos que argumentam em defesa da permanência da disciplina no currículo da rede municipal de ensino de Porto Alegre.
O livro é resultado da campanha contra a proposta pedagógica da atual gestão da Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (SMED) que exclui as aulas de Filosofia da escola pública e retira carga horária de História e Geografia. A campanha é liderada pelo Coletivo dos Professoras e Professores de Filosofia da Rede Municipal de Ensino, pela Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa) e pela Seção Sindical Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-UFRGS).
Intitulado “Fica Filosofia: Pela permanência da disciplina nas escolas públicas de Porto Alegre”, o livro traz artigos de diversos professores, filósofos e estudantes, incluindo o filósofo cubano Raul Fornet Betancourt, Márcia Tiburi, Luis Augusto Fischer e os estudantes Petherson Tadeu, estudante de nono ano de escola pública na Restinga, e Allanis Moraes, do nono ano na Lomba do Pinheiro.
Participam também do livro nomes como o filósofo baiano Eduardo Oliveira, que faz o posfácio, Sílvio Rocha, na condição de entrevistado, um dos responsáveis pela implantação da filosofia na rede municipal, o historiador e arqueólogo Francisco Marshall (UFRGS), Walter Kohan, filósofo argentino, o filósofo Sérgio Sardi, criador das Olimpíadas de Filosofia no Brasil, entre outros nomes que, na obra, expressam solidariedade à luta dos educadores da rede básica pela permanência da disciplina na organização curricular das escolas.
O lançamento foi realizado em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais nesta sexta, data que marca o Dia Internacional dos Direitos Humanos, em evento que contou com a participação especial de Jeferson Tenório, professor e escritor, que recentemente recebeu o Prêmio Jabuti na categoria romance por “O avesso da Pele”. Em livro anterior, “Estela sem Deus”, Tenório conta a história de Estela, menina negra de 13 anos e nascida em uma família pobre de Porto Alegre e que sonha em ser filósofa.
Com cerca de 140 páginas, o livro tem ainda uma seção de documentos como cartas de apoio, notas de repúdio, abaixo assinados de universidades, associações, coletivos, conselhos escolares, e ainda reportagens, lives, depoimentos, trabalhos de estudantes e muitas imagens de todo o movimento.
A publicação está disponível para download gratuito no formato de e-book (confira aqui).