Cultura
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3 de maio de 2025
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09:25

Fundação Ecarta celebra 20 Anos de ações culturais no RS

Nova fachada da Fundação Ecarta. Foto: Igor Sperotto
Nova fachada da Fundação Ecarta. Foto: Igor Sperotto

Há duas décadas, a Fundação Ecarta atua com o compromisso de ampliar a acessibilidade cultural e promover a consciência social na sociedade gaúcha. Em 2025, a instituição celebra 20 anos de trajetória. Em entrevista ao Sul21, o presidente Marcos Fuhr relembra as principais ações desenvolvidas pela Fundação e destaca seu impacto na vida cultural do Rio Grande do Sul.

Instituída em 2005 pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), a Fundação consolidou-se como referência na produção cultural do estado. Marcos conta que o Sindicato sempre teve interesse na questão cultural e desenvolvia iniciativas pontuais, até que decidiu-se pela criação de uma fundação.

“O sindicato tem um certo estigma associado a ele, que muitas vezes não contribui para aproximar as pessoas. Tem um estigma de conflito, de interesses. Por isso, optou-se por criar uma fundação, para que viabilizasse uma amplitude maior de público que pudessem se aproximar e participar das atividades”, relata.

Localizada na Avenida João Pessoa, em Porto Alegre, a sede da Fundação ganhou cara nova ao integrar oficialmente, pela primeira vez, a Bienal do Mercosul. A fachada foi renovada com uma intervenção do artista boliviano Freddy Mamani, reconhecido por seu trabalho com arquitetura andina. No interior da galeria, obras de artistas da China, Colômbia e Guadalupe estão em exibição até 1º de junho.

Além da Bienal, a Fundação também participa, há duas edições, da Noite dos Museus. Para Fuhr, essas inserções em circuitos culturais reconhecem o papel que a Ecarta conquistou no cenário artístico da Capital. “Tudo que a gente faz na fundação está voltado para a sociedade, participam das atividades da fundação pessoas das mais diferentes extrações profissionais ou segmentos sociais, e isso é muito bom”, comenta.

Com uma trajetória dedicada à democratização do acesso ao conhecimento, à arte e à cidadania, a Fundação Ecarta desenvolve cinco projetos: Galeria Ecarta, Ecarta Musical, Núcleo Cultural do Vinho, Conversa de Professor e Cultura Doadora. Segundo o presidente da instituição, a programação é marcada pela pluralidade, abrangendo desde as artes visuais e a música produzida no Rio Grande do Sul até a valorização da cultura do vinho, com foco na produção local. Além disso, a Fundação promove a formação temática de educadores e incentiva a conscientização sobre a doação e o transplante de órgãos.

Conforme explica Marcos, através desses projetos desenvolvem-se atividades permanentes, dando à instituição uma trajetória de vida constante. “Nesses 20 anos a fundação nunca interrompeu suas atividades, salvo na pandemia que interrompemos por um mês, nós não interrompemos o nosso funcionamento. A gente tem sempre a fundação aberta, sempre com coisas acontecendo”, destaca.

A constância também é vista nos números da Fundação, mais de 150 exposições foram realizadas, com a elaboração de 12 mostras por ano nos quatro espaços expositivos da Galeria Ecarta, Projeto Potência, Professor Artista – Artista Professor e Muralismo.

As atividades da Fundação Ecarta vão além da Capital. Há dez anos, a instituição leva seus projetos culturais ao interior do Rio Grande do Sul, reforçando o compromisso com a democratização do acesso à cultura. Por meio de parcerias locais, são promovidos gratuitamente shows, exposições e outras ações culturais em diversos municípios.

Apesar dos desafios financeiros para manter a programação fora da Capital, Marcos destaca que o esforço vale a pena. “Os custos são elevados para levar as atividades ao interior, mas todos os anos sempre têm alguma coisa acontecendo no interior do estado. A gente percebe que tem um aumento do público, assim, participando, assistindo aos nossos shows, visitando as nossas exposições, participando das atividades do Vinho”, aponta.

O aniversário de 20 anos da Fundação Ecarta foi tema de homenagem na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, por iniciativa da deputada estadual Sofia Cavedon. Para Marcos, a homenagem representa um marco simbólico na trajetória da instituição. “Ela expressa o reconhecimento da nossa importância, da nossa presença no cenário cultural da cidade e do Estado”, afirma.


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