Cultura
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30 de outubro de 2024
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17:34

Museu de História Julio de Castilhos será restaurado e ampliado

Por
Sul 21
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Museu foi idealizado por Julio de Castilhos em 1903. Foto: Solange Brum/Ascom Sedac
Museu foi idealizado por Julio de Castilhos em 1903. Foto: Solange Brum/Ascom Sedac

O governador Eduardo Leite assinou, nesta quarta-feira (30), a ordem de início das obras do Museu de História Julio de Castilhos (MHJC), localizada no centro de Porto Alegre. O espaço será restaurado e ampliado com investimento de pouco mais de R$ 11 milhões do programa Avançar na Cultura.

Um dos focos do projeto é a restauração das duas edificações históricas que compõem o museu, as quais apresentam antigas infiltrações de umidade pela cobertura e pelas fundações. Os espaços serão recuperados para a instalação de áreas expositivas, administrativas e de apoio, como loja e café.

Além disso, será construído um prédio atrás de uma dessas edificações, chamada de Casa Amarela. O novo local abrigará uma reserva técnica, com controle de umidade e temperatura, garantindo as condições ideais de conservação do acervo da instituição, tombado em nível nacional.

“Acreditamos muito no impacto positivo e verdadeiramente transformador da cultura, tanto sob o aspecto da preservação do patrimônio e da história quanto da repercussão social e econômica. Estamos falando de uma instituição que conta a história do Estado a partir de um personagem relevante, mas também da formação da nossa identidade”, destacou Leite.

Secretária Estadual da Cultura, Beatriz Araujo disse que a obra irá além de “erguer paredes e restaurar edificações”. “As obras reafirmam nosso compromisso de honrar e preservar o patrimônio cultural do Estado e asseguram que futuras gerações possam viver e reviver nossa trajetória, reconhecendo a força das raízes que sustentam a identidade gaúcha”, afirmou.

As obras serão realizadas pela empresa Arquium – Construções e Restauro Ltda., contratada por inexigibilidade de licitação devido a sua ampla experiência e qualidade de execução. O prazo previsto de conclusão é de 24 meses.

Localizado na rua Duque de Caxias, no Centro Histórico da Capital, o MHJC é o mais antigo museu do Rio Grande do Sul. Mantém-se como instituição dedicada à memória, à história e ao testemunho de relevantes fatos políticos, sociais, culturais e econômicos do Estado. Entre as exposições atuais, estão “Memória e Resistência”, que exibe diversas peças representativas de povos indígenas – com destaque para esculturas missioneiras –, e “Narrativas do Feminino”, sobre a participação e a importância das mulheres na sociedade.

A instituição foi idealizada pelo ex-presidente do Rio Grande do Sul Julio Prates de Castilhos e criada pelo decreto-lei nº 589, de 30 de janeiro de 1903. O documento foi assinado pelo então presidente do Rio Grande do Sul, Antônio Augusto Borges de Medeiros. Inicialmente denominado Museu do Estado, recebeu, em 1907, o nome Museu Julio de Castilhos, em homenagem ao político, falecido quatro anos antes.

Como primeira instituição museológica do Estado, possuía um acervo original que refletia o perfil eclético da época, incluindo artefatos indígenas, peças históricas e obras de arte, além de coleções de zoologia, botânica e mineralogia. Foi inicialmente instalado em dois pavilhões no Parque da Redenção.

Em 1937, o acervo do museu foi inscrito no Livro Tombo de Belas Artes da Subsecretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atualmente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan). No início dos anos 1950, com o desenvolvimento das ciências e da museologia, surgiram novas instituições específicas sobre temas antes contemplados pelo Julio de Castilhos, para as quais foram transferidos itens como obras de arte e coleções zoológicas, botânicas e mineralógicas.

Com isso, o museu passou a focar exclusivamente na preservação de acervo histórico de caráter regional, orientando suas aquisições e doações de acervo sobre três eixos: modos de vida, relações sociais de produção e história política do Rio Grande do Sul. Desde o fim de 2023, a instituição passou a se chamar Museu de História Julio de Castilhos. O novo nome destaca seu papel na preservação da história e da identidade regional. A alteração foi acompanhada pelo lançamento de um logotipo atualizado do museu, com uma representação estilizada de sua fachada.


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