Cultura
|
3 de julho de 2024
|
13:54

Escritor Paulo Scott pede a renúncia de Melo durante Feira do Livro de São Paulo

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br
Pedido de renúncia foi feito durante encontro que homenageou Porto Alegre. Foto: Divulgação/QuatroCincoUm
Pedido de renúncia foi feito durante encontro que homenageou Porto Alegre. Foto: Divulgação/QuatroCincoUm

O poeta e ficcionista Paulo Scott leu uma carta aberta ao prefeito Sebastião Melo (MDB) durante encontro que reuniu seis escritores gaúchos, na noite de segunda-feira (1), na Feira do Livro que ocorre em São Paulo, na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu. A conversa teve o objetivo de homenagear Porto Alegre (cuja feira do livro inspirou o evento paulistano) e analisar a trágica enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio. 

Ao lado de Jeferson Tenório, Clara Averbuck, Veronica Stigger, Mar Becker e Morgana Kretzmann, o autor de “Marrom e Amarelo” pediu a renúncia do prefeito da Capital gaúcha ao afirmar que Melo não teve competência para gerir o sistema de proteção contra cheias da cidade e nem tem condições de conduzir a reconstrução das áreas afetadas pela histórica enchente.

“Senhor Sebastião Melo, atual prefeito do município de Porto Alegre, capital do Rio Grande, cidade que, na década de 1990, foi considerada uma das melhores cidades para se viver no planeta, cidade que, ainda naquela década, formatou e colocou em prática um projeto de forte engajamento popular, o Orçamento Participativo, copiado e elogiado mundo afora, cidade que sedia uma das feiras do livro a céu aberto e de acesso gratuito e democrático mais antigas e importantes do Brasil, por meio desta carta pública – porque o senhor não teve competência para gerir a manutenção dos equipamentos que poderiam evitar os trágicos impactos do desastre climático que causou estragos imensos a essa cidade, e por isso deve ser responsabilizado civil e criminalmente, não demonstra ter condições de administrar as ações de reconstrução das áreas afetadas pela enchente de maneira célere e colocando os interesses da população trabalhadora, pressionada, precarizada e subalternizada em primeiro lugar –, peço que renuncie, junto com o seu vice-prefeito, e deixe a população de Porto Alegre voltar a sonhar com uma cidade mais humana, menos truculenta, menos insensível, mais segura e que dela saiba cuidar”, declarou Paulo Scott.

O escritor também leu seu poema intitulado “Exu Mário Quintana”, que, ao final, foi completado por Veronica Stigger, com o verso da famosa canção de Kleiton e Kledir: “Quando eu ando assim meio down / Vou pra Porto e, bah, tri legal”.

Ao longo de todo o bate-papo, os autores falaram de suas raízes e herança cultural e destacaram que as enchentes se tornaram uma tragédia climática devido à má gestão pública.

“Foi muita inoperância por parte tanto do prefeito, Sebastião Melo, quanto do governador, que também tem nome, se chama Eduardo Leite”, falou Verônica, a primeira a apontar os nomes dos responsáveis.


Leia também