
Entre os dias 20 e 23 de abril, Porto Alegre recebe o festival de fanfarras Honk!POA, em sua terceira edição, com a participação de grupos do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais. Criado nos Estados Unidos, o festival leva às ruas a união de sopros e percussões com o intercâmbio de grupos que se apresentam nas cidades. Além das fanfarras, o Honk!POA terá grupos percussivos convidados, como o Macaratu Truvão e o La Brasa Lunera, de candombe. O festival é organizado pelos próprios músicos, com os princípios de direitos humanos, justiça social, ecologia e uma sociedade ativa em mente.
A programação acontece a partir da quinta-feira (20), com uma roda de conversa com artistas e cidadãos sobre arte e música. Na sexta (21) se iniciam as apresentações das fanfarras no centro da Capital. Já no sábado (22), o Honk! ocupará as comunidades de periferia da Ilha do Pavão, Vila Planetário e Morro da Cruz, em atividades ao mesmo tempo nos três locais. Finalmente, no domingo (23), acontece o cortejo de todos os participantes nas ruas da cidade. Segundo a organização do evento, os locais estão em análise pela Prefeitura e devem ser divulgados no Instagram.
O HonK! nasceu em Boston e acontece em cidades dos Estados Unidos, como Nova York, Providence, Seattle e Austin, e se espalhou para outros países, como a Austrália e o Brasil.

Estagiários Brass Band (MG) é mais que uma fanfarra, é um movimento! Movimento pela democratização dos sopros nas ruas de BH, pelo direito de tocar na rua, pelo crescimento da cultura de neofanfarras nas cidades, pela ocupação dos espaços públicos, pelo amor às pessoas, aos rolês aleatórios e pela falta de vergonha. Os Estagiários transitam por vários estilos, tentando retratar um pouco a diversidade dos seus mais de 100 integrantes que se reúnem em praça pública todas as sextas-feiras para encarar, juntos, os desafios de tentar tocar um instrumento. A qualidade musical pode ser questionável, mas a diversão é garantida!
Calcinhas Bélicas (RJ) é uma brass band carioca formada por mulheres que se reuniram para tocar clássicos das divas da música mundial. Entre os sucessos estão “Believe” (Cher), “La isla bonita” (Madonna), “Estoy aqui” (Shakira) e Erva Venenosa (Rita Lee). E nos arranjos musicais, brasilidade é o que sobra. Estreou no carnaval 2019 abrindo uma bandeira do arco-íris de 20 metros no Outeiro da Glória, para pedir respeito às diversidades.
Terno do Binga (MG) é fruto do encontro do efervescente movimento das fanfarras belorizontinas e os grupos percussivos que pesquisam as culturas populares tradicionais brasileiras na cidade, representados aqui pelo Humaitá. Uma orquestra diferente, cuja maior inspiração são os ternos de maracatu de baque solto e as orquestras cirandeiras, do frevo e o coco rural. Traz influências que vão desde os grandes mestres como Biu Roque e Lia de Itamaracá aos artistas contemporâneos como Siba e Otto, referências na difusão e valorização dessas culturas e seus fazedores.
Só Toca Bloco (RJ) – Fundada em 2019 com o propósito de unir todas as tribos através da música, a fanfarra se considera filhos do carnaval alternativo carioca e sua essência é a diversidade de músicas e de pessoas. Para além dos quatro dias da folia, tem a missão de levar a experiência dos blocos de rua do RJ para todas as pessoas que querem vivenciar a magia do carnaval, independente da época do ano. Os músicos que compões a STB são diversos, em grande maioria pretos e de regiões descentralizadas do RJ. Músicos profissionais e eruditos; músicos formados por blocos importantes e referência do carnaval carioca, compondo um grupo heterogêneo.
Belina Orkestar (MG) – Criada a partir da paixão de seus integrantes pela cultura dos bálcãs, suas fanfarras e canções tradicionais romanis, a Belina Orkestar vai errando pelas ruas de Belo Horizonte trazendo um pouco do som do leste europeu com músicas fortes e festivas. Suas melodias reúnem, nos mesmos acordes, alegria e dor, luta e celebração.
Bloconcé (RJ) é uma fanfarra feminina que toca músicas da Beyoncé. Também apresenta um formato de bloco de carnaval feito por mulheres, para todes! Quem comanda o mundo? Garotas!
DeSkaReggae (SC) é uma iniciativa de música e cultura popular formada por músicos de diferentes lugares do Brasil e do exterior. Com os tradicionais instrumentos de percussão e sopros das fanfarras, estão motivados em ampliar a cena da música jamaicana e trazer mais diversidade à cultura de rua de Florianópolis. Um bloco autêntico, colorido, diverso, dançante, cheio de peculiaridades e com qualidade sonora, que se deve aos encontros e ensaios realizados sempre em praças públicas da cidade.
Bate&Sopra (RS) se destaca pelo toque conjunto de instrumentos de metal e percussão e pela prática constante de ocupação do espaço urbano. Entre músicos, brincantes e simpatizantes, o grupo vem ganhando cada vez mais adeptos e seguidores desde a sua criação, no ano de 2014, até os dias de hoje, quando costuma levar centenas de pessoas para as ruas em seus frequentes “ataques” – apresentações realizadas em espaços públicos. Seu figurino é trabalhado nas cores roxo e amarelo, com nuances do clássico das bandas de rua, misturado com a originalidade e pessoalidade de cada integrante e ainda com fortes referências carnavalescas
Bloco do Beijo (RS) – exaltando o ato de beijar, que na cultura ocidental busca a intenção de reintegração, desejo de união e transcendência, o coletivo leva para a rua a potência dos encontros, da arte, dos corpos livres ocupando territórios e fazendo ecoar uma política de vida e da diversidade em suas mais diversas formas de expressão. O Bloco do Beijo está na rua como ato simbólico, fazendo ecoar os mais diversos desejos e manifestação da alegria, afetos, solidariedade e integração das diferenças.
La Meteora (RS) – é composta por pessoas de vários lugares da América Latina. Cada corpo, um território. Histórias distintas que se comunicam, dançam e se entrelaçam em forma de arte. nesse caminho, é o candombe afro-uruguaio quem guia o coletivo, que pede passagem.
Cosmobloco (RS) – Um projeto de artes integradas que se apresenta na rua, vem inspirado nas luzes das estrelas, planetas e galáxias que compõem o universo. Sua base é uma banda composta por cerca de 20 músicos, que tocam instrumentos de sopro e percussão, e, a eles, se somam atores, bailarinos e artistas-circenses para executar um espetáculo de rua que integra música instrumental e performance de diversas linguagens. O repertório transita entre releituras de bandas contemporâneas, como a alemã Meute, até peças de música clássica, como Quebra-Nozes, de Tchaikovsky, e elementos como perna-de-pau, malabares, bambolê e pirofagia, são utilizados pelos performers, que brincam com os músicos e transformam o espaço cênico em lugar de encontro e fantasia.
Avisem a Shana que Sábado vai Chover (RS) começou como uma brincadeira criada por um grupo de amigos apaixonados e viciados por blocos de rua. Seu diferencial são as fantasias, como direito a concursos de melhor figurino e os longos e misteriosos cortejos que, do nada, surgem nos bairros da cidade.
Grupos percussivos convidados:
O Maracatu Truvão, ao longo de seus 19 anos de trajetória, apresenta os tambores, danças e cantos em músicas autorais e em canções das nações de maracatu de baque virado de Pernambuco: Estrela Brilhante do Recife, Porto Rico, Leão Coroado, Estrela Brilhante de Igarassu, Baque Forte. O grupo vem se apresentando em eventos da cidade, como o Noite dos Museus, Bienal do Mercosul, Virada Sustentável, entre outros.
La Brasa Lunera é um grupo de candombe, ritmo proveniente da África que tem sido parte importante da cultura uruguaia por mais de 200 anos. Por sua proximidade de fronteira, é também popular no Brasil e na Argentina.