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2 de outubro de 2016
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19:25

Campanha menor dificulta escolhas e eleitores chegam indecidos às urnas

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Campanha menor dificulta escolhas e eleitores chegam indecidos às urnas
Campanha menor dificulta escolhas e eleitores chegam indecidos às urnas
Thaís chegou para votar sem ter candidato definido | Foto: Bernardo Speck/Editorial J
Thaís chegou para votar sem ter candidato definido | Foto: Bernardo Speck/Editorial J

Por Márcia Tomás
Do Editorial J

Os eleitores tiveram dificuldades para escolher seus candidatos em 2016, primeira disputa a ocorrer com as novas regras de propaganda. No maior colégio eleitoral de Porto Alegre, o Campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) – onde votam cerca de 11 mil eleitores -, pessoas entrevistadas pelo Editorial J admitiram desconhecer candidatos, principalmente em relação às vagas para a Câmara dos Vereadores. Para a secretária Taís Santanna, ainda não havia escolhido o seu candidato ao parlamento municipal. “Não vi propaganda, não vi panfleto, não vi nada nas ruas. Ficou difícil escolher alguém, vou ver se decido agora”, disse, embora tenha reconhecido que a falta de divulgação não afetou sua decisão para escolher seu candidato a prefeito “pois são sempre os mesmos”.

As eleições municipais de 2016 são as primeiras desde a mudança de regras impostas pela Lei nº 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral de 2015. As novas normas diminuem o período de campanhas políticas, proíbem os financiamentos por parte de empresas e a propaganda em vias públicas. Os cartazes, cavaletes, outdoors e faixas foram proibidos. As campanhas eleitorais que duravam 90 dias, passaram a durar 45. As mudanças não afetaram apenas os políticos, mas também impactaram os eleitores.

“As novas regras foram positivas para a cidade, pois não está poluída como nos anos anteriores, porém sinto que a eleição foi pouco divulgada”, comentou a educadora Silvana Ferraz. A eleitora, que votou no prédio 11 da PUCRS, contou que o rádio e a propaganda eleitoral da televisão foram as únicas maneiras que encontrou para se informar a respeito dos candidatos.

Jussara Miskulin caminhava segurando orgulhosamente uma bandeira do candidato Maurício Dziedricki (PTB). Contou que a propaganda eleitoral não a influencia, pois só vota em quem ela conhece, mas acha que as novas regras prejudicaram seu candidato. “Maurício é um candidato novo e foi prejudicado com a reforma eleitoral. Se as regras não tivessem mudado, ele teria mais chances de alcançar um público maior”, explicou.

Por outro lado, alguns eleitores que passavam pelo campus da PUCRS contam que a diminuição das campanhas não os afetou, pois fazem sua escolha pensando no partido ou votam em amigos. É o caso do estudante Eduardo Becker, que vota no Partido dos Trabalhadores (PT) desde que tirou seu título de eleitor e do analista de sistemas Jamaico Fernandes, que vai votar em um amigo de infância. “Procuro votar em alguém que conheço pessoalmente, pois tenho mais confiança. Se não conhecesse ninguém que está concorrendo, votaria nulo”, contou Jamaico.

“Se eu concorresse, nem ia precisar de propaganda. Todos os alunos da PUC votariam em mim”. Essa foi a resposta bem-humorada de Teodoro Klovan, o “Russo”, dono do Bar do Russo, localizado nas proximidades da PUCRS, quando questionado sobre a diminuição das propagandas eleitorais. O eleitor afirmou que a mudança não dificultou sua escolha, pois acha que propaganda só atrapalha e polui a cidade.

As votações, que tiveram início as 8 horas da manhã, se encerram as 17 horas. O segundo turno acontece no dia 30 de outubro e as campanhas políticas devem ser finalizadas no dia 28.


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