

O jornalista e compositor Fernando Brant morreu na noite da sexta-feira (12/6), aos 68 anos, em Belo Horizonte. Parceiro de Milton Nascimento, compôs com mais de 200 canções, entre elas clássicos como “Travessia”, “Maria, Maria”, “Planeta Blue”, “Promessas do Sol” e a letra da versão em português de “Canção da América”. Brant morreu em decorrência de problemas no fígado após ter se submetido a um transplante do órgão na terça-feira passada. O novo fígado foi rejeitado pelo corpo e ele passou por uma outra cirurgia na sexta-feira (5), mas não resistiu.
O velório acontece neste sábado (13/6), no cemitério do Bonfim. O sepultamento está marcado para o fim da tarde. A intenção é que amigos, músicos e artistas que moram em outras cidades tenham tempo para se despedir. Brant deixa duas filhas, Isabel e Ana Luisa e um filho, Diógenes. Ele também deixa dois netos e a mulher Leise.
Fernando Brant foi diagnosticado com câncer no fígado há três anos, e foi submetido a uma cirurgia para retirada do tumor. Novos tumores, porém, foram descobertos este ano. Os médicos aconselharam o transplante. O novo órgão era de um doador de 15 anos.
Já na terça-feira, uma das artérias do fígado entupiu, necrosando o órgão e liberando toxinas no organismo. Os médicos então decidiram submetê-lo a um novo transplante, após a localização de um outro doador. No entanto, o músico não resistiu ao novo procedimento e morreu na noite dessa sexta-feira.
Natural de Caldas, Fernando Brant nasceu em Caldas em outubro de 1946. Formou-se em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mais tarde atuou como repórter da sucursal mineira da revista “O Cruzeiro”. Mas foi como músico e compositor que ele fez sucesso.
Em 1967, Brant participou do II Festival Nacional da Canção, na TV Globo, com três canções escritas em parceria com Milton Nascimento: “Morro velho”, “Maria minha fé” e o hit “Travessia”, que terminou em 2º lugar no evento. Em 1968, participou do IV Festival de Música Popular Brasileira, na TV Record, com a canção “Sentinela”, cantada por Cynara e Cybele.
Em 1972, as composições “San Vicente”, “Ao que vai nascer” e “Paisagem na janela” foram incluídas no histórico LP “Clube da Esquina” , de Milton Nascimento e Lô Borges.
Em 1998, as canções “Janela para o mundo” e “Louva-a-deus” integraram o repertório de “Nascimento”, disco premiado com o Grammy.