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6 de setembro de 2010
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02:33

Com mais sorte que juízo, Grêmio arranca empate contra Botafogo

Por
Sul 21
sul21@sul21.com.br

Igor Natusch

Se existem partidas que deixam na torcida aquela sensação sombria de que as  coisas tendem a piorar (e assim foi a partida contra o Santos, duas semanas atrás), existem também aqueles jogos que dão toda a pinta de uma recuperação à vista. Esse foi, definitivamente, o caso desse empate de Grêmio e Botafogo em 2 a 2, em partida disputada no início da noite de hoje (4), no estádio Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ). Foi uma partida onde tudo dava errado: o Grêmio jogava mal, tomava 2 a 0 com 20mins de jogo e via a triste perspectiva de tomar um vareio histórico. Mas tudo mudou – as substituições inusitadas de Renato Portaluppi deram certo, Jonas voltou a ser o matador dos últimos tempos e o Grêmio arrancou um empate importante, não apenas em termos de tabela, mas também para o ânimo da equipe na briga para fugir da zona do desespero.

Se quiséssemos usar uma palavra para descrever a atuação do Grêmio no primeiro tempo do jogo de hoje, talvez “inexistente” fosse a mais adequada. Mal posicionado, com uma formação inconsistente no meio, o Grêmio tomava sufoco desde o começo da partida. Gilson e Lúcio deveriam revezar entre a meia e a lateral esquerda, mas jamais conseguiram encontrar sintonia nessa movimentação. A zaga ficava exposta, a marcação não conseguia encontrar Maicosuel, e a atuação fraca (de novo) de Souza deixava os atacantes órfãos. Com esse panorama, os gols de Antônio Carlos (aos 16mins) e Herrera (20mins) vieram ao natural, frutos de uma dominação consistente e inquestionável do Fogão. Sentindo que seu momento Professor Pardal não tinha dado certo, Renato mexeu no time, tirando Gilson, perdido em campo mas sem culpa de ter sido escalado fora de posição, por Roberson. Apesar do aparente absurdo da mudança, o Grêmio melhorou um pouco com o jovem atacante em posição mais recuada, tendo um pouco mais de posse de bola nos últimos quinze minutos da etapa inicial.

Mas foi na segunda etapa que o tricolor resolveu de fato entrar no jogo. Mesmo sem nenhum tipo de brlhantismo, o Grêmio descontou ao 8mins da etapa final, gol típico de Jonas – dominada rápida, chute meio de qualquer jeito e goleiro buscando a bola no fundo do barbante. O Grêmio pressionava de forma até surpreendente, quando Joel Santana resolveu mudar o Botafogo, colocando o movediço Caio no lugar do discreto Fahel. O Fogão ficou mais atrevido, e como o Grêmio seguia frágil como uma porcelana chinesa, o risco voltou a rondar a defesa gremista. A sorte gremista foi que Herrera e Loco Abreu voltaram a jogar o que jogavam quando usavam a camisa gremista – ou seja, nada – e erraram pelo menos duas chances claras de gol. No finalzinho do jogo, o castigo botafoguense – ou talvez o prêmio tricolor, já que o Grêmio jogou pouco, mas ao menos teve ambição com a bola no pé. Aos 40mins, Lucio cobrou falta cheia de veneno, daquelas que deixa os atacantes de frente para o gol e que a bola só precisa de um desvio para ir para a rede. E quem desviou foi Jonas, o homem-gol gremista, que já tem 7 gols e está na briga pela artilharia do Brasileirão.

Empate que caiu do céu, sem dúvida. Mas também um resultado justificado, dentro das circunstâncias do jogo, e um ponto precioso na luta para entrar na região de dignidade da tabela. O Grêmio segue sem vencer fora de casa – mas convenhamos que, do jeito que aconteceu, esse empate ficou com um inconfundível gostinho de vitória. Será, talvez, o sinal de uma virada na sorte gremista? Veremos.

BOTAFOGO (2): Jefferson, Antônio Carlos, Leandro Guerreiro e Fábio Ferreira; Alessandro, Fahel (Caio), Marcelo Mattos, Maicosuel e Marcelo Cordeiro; Herrera (Renato Cajá) e Loco Abreu (Edno). Técnico: Joel Santana.
GRÊMIO (2): Victor, Gabriel, Vilson, Rafael Marques e Lucio; Gilson (Roberson), Fábio Rochemback (Leandro), Adilson e Souza (André Lima); Jonas e Borges. Técnico: Renato Gaúcho.
Gols: Antônio Carlos, aos 16, Herrera, aos 20 minutos do primeiro tempo; Jonas, aos 8 e aos 40 minutos do segundo tempo.
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF). Auxiliares: Márcio Eustáquio Sousa Santiago (Fifa/MG) e Ênio Ferreira de Carvalho (DF). Público: 16.921 pagantes (20.593 presentes). Renda: R$ 430.390.


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