Milton Ribeiro
Enquanto a Copa do Mundo revela seus finalistas e o goleiro Bruno é levado à prisão, a maior especulação futebolística brasileira foca-se sobre quem merecerá receber um dos melhores salários – e a maior pressão – do país nos próximos quatro anos. Nos porões da CBF, sob o comando todo-poderoso de Ricardo Teixeira, está sendo escolhido o homem que conduzirá o Brasil na Copa de 2014.
Os maiores favoritos são o gaúcho Luiz Felipe Scolari, o também gaúcho Mano Menezes e o ex-lateral-esquerdo Leonardo.
Luiz Felipe talvez seja a aposta mais segura, porém, logo após vencer o Mundial de 2002 e de uma participação brilhante com Portugal em 2006, o chefe da família Scolari deu-se bastante mal no Chelsea, da Inglaterra, e acabou perdendo-se nos confins do Uzbesquistão. Na memória do país, além do Mundial do Japão, ficaram grandes conquistas pelo Grêmio e Palmeiras. O que o faz favorito são seus resultados, aliados ao controle sobre o grupo e à garra que seus times via de regra apresentam.
Mano Menezes é a mais bem-sucedida “imitação” de Scolari. Também gaúcho e com postura em tudo semelhante ao modelo, tem um relacionamento mais civilizado com a imprensa, o que lhe auxilia. Porém, sua relação de títulos e experiência internacional é pífia, principalmente se comparada ao de seu mestre Felipão. Seus principais títulos são dois campeonatos da segunda divisão e uma Copa do Brasil. É pouco.
O currículo de Leonardo é ainda mais fraco. Ex-jogador exemplar da seleção brasileira atuou por anos como diretor e depois como técnico do Milan. Apesar do ano em que liderou o clube milanês, seria uma aposta muito semelhante à de Dunga: um veterano de 1994, com um passado internacional, etc. Só que é mais bonito e gentil, o que talvez seja importante, dada a postura agressiva do recém demitido.
Correm por fora o megavencedor Muricy “Aqui se Trabalha” Ramalho, o opaco Ricardo Gomes e o ex-técnico da seleção e dublê de empresário de Vanderlei Luxemburgo, hipótese bastante improvável e polêmica.