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1 de novembro de 2017
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18:46

Homenagem ao Senge na AL destaca importância de sindicatos em momento de ‘desmonte’

Por
Sul 21
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O deputado Luís Augusto Lara | Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS

Fernanda Canofre

Uma plateia de capacetes brancos. Assim engenheiros gaúchos assistiram à homenagem aos 75 anos do Sindicato dos Engenheiros (Senge), realizada na tarde desta quarta-feira (1º), no Plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A homenagem foi uma sugestão do deputado Luís Augusto Lara (PTB), que realizou um Grande Expediente sobre o tema.

Em sua fala, o deputado destacou a importância do sindicato, que possui 15 mil associados em seu quadro, na conjuntura atual e o fato de o Senge estar sendo parte ativa de discussões políticas no Estado, ainda que seu estatuto estipule que não pode ter alianças com partidos políticos.

“Já que o Congresso Nacional não tem mais credibilidade nenhuma, é nessas entidades do terceiro setor, que representam trabalhadores, que representam o empresariado, que temos que buscar o que está faltando na política: seriedade, honestidade, transparência e respeito ao dinheiro público”, afirmou o deputado.

Lara destacou ainda a ação ingressada pelo sindicato, para que fosse aberta a “caixa-preta” do Badesul (Banco de Desenvolvimento do Sul), sobre fomentos que foram concedidos ao longo dos anos. O sindicato ainda ajudou na busca por assinaturas para instauração da CPI para investigar as isenções fiscais concedidas pelo governo do Rio Grande do Sul. Até o momento, o deputado conseguiu 15 assinaturas para a criação da Comissão, faltariam ainda outras quatro. Segundo ele, a dificuldade está na resistência de deputados de grandes partidos em encampar a iniciativa.

“Hoje, um terço de tudo o que se arrecada, tanto no Rio Grande do Sul, quanto no país, é distribuído, sem controle nenhum, na forma de incentivos fiscais. Enquanto a grande maioria do povo, 99% da população, tem 66% do orçamento para se virar, tem 1% que tem 33%. Abrir isso, para que os órgãos de fiscalização e controle tenham acesso. Eu não sou contra incentivo fiscal, sou contra a falta de controle nos incentivos fiscais”, diz o parlamentar.

Entre os outros deputados que falaram sobre a importância do sindicato, estavam Any Ortiz (PPS), Pedro Ruas (PSOL), Sérgio Peres (PTB), Vilmar Zanchin (PMDB), Gerson Burmann (PDT) e Adão Villaverde (PT). O petista, aliás, destacou a relação entre o trabalho dos engenheiros e incentivos à pesquisa científica no país. “Não existem independência sem soberania, sem pesquisas e avanços científicos”, afirmou.

Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS

Mínimo profissional de R$ 1 mil

O Senge tem trabalhado para oferecer serviços como qualificação, seguro de vida e seguro médico, como uma forma de ajudar profissionais a compensar os problemas do mercado. Uma das ações mais recentes do sindicato, segundo seu atual diretor presidente, Tadeu Ubirajara Moreira Rodriguez, que assumiu a gestão em junho deste ano, tem enfocado na interiorização exatamente com este foco.

Através de bases regionais, o sindicato tem trabalhado cada vez mais junto à prefeituras do interior do Estado para tentar mudar práticas comuns, que desrespeitam leis federais de garantia de pagamento do salário mínimo profissional da categoria. Uma das bandeiras principais do sindicato, no momento, de acordo com o presidente.

Enquanto nacionalmente o mínimo profissional dos engenheiros gira em torno de 9 salários mínimos, no Rio Grande do Sul, há municípios pagando cerca de R$ 1 mil. O presidente do Senge cita como exemplo a prática que vem sendo adotada em Rio Branco, capital do Acre, uma das únicas a implantar a lei federal de 1966. “Eles não pagam hoje menos que o salário mínimo profissional. Nós queremos, através do sindicato, promover esse processo junto aos órgãos tanto da esfera municipal, quanto estadual”, diz ele.

Rodriguez lembra ainda de outras ações que estariam sendo feitas para complementar esta. “Nós estamos realizando um trabalho de gratificação de responsabilidade técnica desses profissionais. Tivemos, recentemente, êxito junto à prefeitura de Novo Hamburgo ao inserir a gratificação, um elemento que visa valorizar os profissionais, atentar para o aumento da remuneração. Sabemos que isso não é solução ideal, porém, é um instrumento para que se busque à frente o pagamento do salário mínimo profissional”.

Foto: Marcelo Bertani | Agência ALRS



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