

Da Redação
O Comando de Greve do Cpers – sindicato dos professores estaduais do Rio Grande do Sul – se reuniu nesta sexta-feira (17) para discutir o documento enviado pela Secretaria Estadual de Educação, na última terça, em que o governo diz que só seguirá o diálogo se os professores retomarem as atividades. O documento foi enviado para discussão junto às bases, espalhadas pelo Estado, e teve o resultado colocado na mesa da reunião de hoje.
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A palavra final, se a greve iniciada no dia 05 de setembro está próxima ao fim ou não, só quem poderá dar será a categoria, segundo o vice-presidente do Cpers, Edson Garcia. A próxima assembleia geral está marcada para acontecer na sexta (24), às 13h30.
“Avaliamos que o documento não trouxe nada de novo. Simplesmente falou que mantinha pontos que já tinham sido colocados em outras audiências. Foi um ponto e vírgula. Coloca que avançamos [em certos] pontos, porém, só querem continuar a conversar depois de voltarmos”, diz Edson.
O sindicalista ainda comentou sobre a informação publicada no site da Rádio Guaíba, nesta sexta. A reportagem diz que o governo de José Ivo Sartori (PMDB) publicará no Diário Oficial, na segunda-feira, “duas portarias para realizar o cadastro de professores aposentados e voluntários interessados em atuar em salas de aula no lugar dos profissionais que estão greve”.
“O governo não paga salários, não paga 13º, os aposentados também estão recebendo parcelado ou não estão recebendo. Como vão topar trabalhar sem receber?”, questiona Garcia.
A ideia de ter “voluntários” trabalhando dentro de escolas, pessoas que não teriam necessariamente formação para trabalhar com educação, segundo o representante do Cpers lembra a política adotada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), nos anos 1990. Na época, o governo federal reduziu verbas de educação e adotou uma política de aproximar as comunidades das escolas, através de “amigos”. Em 1999, a Rede Globo lançou um programa com essa mesma ideia, batizado de “Amigo da Escola”.
“Entendemos como desrespeito a nós todos, trabalhadores da educação, que temos formação, nos preparamos para dar uma boa aula, respeitamos o que é previsto dentro da legislação de ensino. Educação é sequência, não consegue se desenvolver sem planejamento”, diz Edson.
Segundo dados da Seduc, 35 escolas seguem em paralisação total e 241 parcial, em todo o Estado. O Cpers, porém, diz que não fala em escolas, mas em categoria, para tratar a greve. “A gente acha um equívoco colocar número de escolas, porque não tem parâmetro. Os tamanhos variam muito. Uma escola de Porto Alegre não tem o mesmo número de professores de uma escola do interior, por exemplo”, explica o representante.