

Luís Eduardo Gomes
Convocados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande (Stimmmerg), centenas de trabalhadores fazem nesta segunda-feira (3) um dia de mobilizações para cobrar dos governos estadual e federal a retomada dos investimentos no polo naval da cidade. Eles reivindicam uma audiência com o governador José Ivo Sartori (PMDB) para tratar do assunto e que sejam retomadas as obras da plataforma P-70, que seria utilizada para exploração do pré-sal e que, segundo o sindicato, teria capacidade para gerar mais de 2 mil empregos diretos.
Segundo o vice-presidente do Stimmmerg, Sadi Pereira Machado, a mobilização começou às 3h e se estenderá por todo o dia. Os trabalhadores bloquearam a saída dos ônibus na cidade e, pela manhã, o acesso ao super porto de Rio Grande. Segundo ele, cerca de 1,5 mil pessoas, em sua grande maioria metalúrgicos desempregados, participam da mobilização.
Sadi diz que a ação acontece em razão do descaso com dos governos federal e estadual com a região. “O trabalhadores estão bem revoltados e indignados. Não entendem como o governo está omisso com a situação dos nossos trabalhadores, em que milhares se encontram desempregados e sem perspectivas. E a tendência é piorar”, diz o sindicalista.
Segundo ele, o desemprego atinge cerca de 10 mil metalúrgicos na região. Ele aponta que, somente em dezembro passado, 3,2 mil pessoas que trabalhavam em um estaleiro da empresa Ecovix foram demitidas. Sadi atribui o desemprego a falta de investimentos no setor portuário e diz que, apenas uma plataforma P-70, que teria todas as peças já em Rio Grande, poderia empregar 2,8 mil pessoas diretamente se fosse construída. No entanto, como os investimentos na exploração do pré-sal pela Petrobras foram diminuídos, a construção está parada. Como reflexo do desemprego, Sadi diz que há inúmeras lojas fechadas no comércio de Rio Grande, incluindo em dois grandes shoppings na cidade.”É um cenário calamitoso, de abandono total”, diz.
Sadi diz que o sindicato vem pleiteando uma reunião com o governador Sartori para tratar da situação, mas, até o momento, tem sido ignorado. “Procuramos todos os meios para ter uma audiência com o governador, inclusive a Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública aqui. Infelizmente, não houve avanço, por isso que hoje a gente faz essa mobilização”, diz o sindicalista.