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1 de dezembro de 2016
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20:11

‘A grande mídia emburrece as pessoas’, diz presidente do Cpers

Por
Sul 21
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Na abertura do seminário, presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo ressaltou que preciso investir na mídia alternativa. Fotos: CUT-RS
Na abertura do seminário, o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, defendeu a elaboração de uma estratégia de comunicação |Foto: CUT-RS

Da Redação*

Temas como mídias sociais e formação de redes, rádios comunitárias, mulher, mídia e poder e política e comunicação foram abordados no primeiro dia do Seminário Estadual “Comunicação, Democracia e Resistência”, que iniciou na manhã de quinta-feira (01), promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Rio Grande do Sul. Entre os palestrantes do primeiro dia, estão o jornalista Franklin Martins e o sociólogo Emir Sader. O evento se encerra na tarde de sexta-feira (2). A programação do último dia (confira abaixo) prevê mesas temáticas sobre mídia alternativa e ativismo digital e democratização da comunicação.

Na mesa de abertura do seminário, que ocorre no auditório da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), representantes da organização e do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) se manifestaram. O secretário de Comunicação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), Juberlei Bacelo, enfatizou que o momento é importante para debater o assunto. “A comunicação é um tema central para resistir aos ataques dos golpistas, pois sabemos que a mídia pauta e manipula a opinião da sociedade brasileira”, destacou ele, citando  como exemplo a cobertura da votação em primeiro turno da PEC 55 no Senado. “Foi uma batalha campal e isso não foi mostrado”, completou ele. O seminário, de acordo com o dirigente sindical, possibilitará tirar propostas de ações para qualificar a comunicação sindical.

Presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Schürer criticou a cobertura da mídia tradicional |Foto: CUT-RS
Presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Schürer criticou a cobertura da mídia tradicional e que influencia a sociedade |Foto: CUT-RS

Retrocesso na comunicação do RS

Já a presidente do Cpers/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, assinalou que essa é a “hora ideal para a realização de um seminário como esse”. A exemplo do representante da Fetrafi-RS, a professora citou exemplos de distorção pela mídia e como isso influencia a sociedade. “A grande mídia emburrece as pessoas”, avaliou ela, ao destacar que há professores que defendem o pacote do governador José Ivo Sartori (PMDB), que exingue fundações e órgãos públicos e prevê demissões. Presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS, Milton Simas opinou que “pensar a comunicação é fundamental para a construção de um mundo mais justo.” No Rio Grande do Sul, conforme ele, a comunicação vive “um triste momento” desde o começo do governo Sartori e citou a extinção da Secretaria de Comunicação, a prisão do repórter do Jornal Matheus Chaparini, e agora, o projeto de extinção da Fundação Piratini. “É uma total falta de respeito com a comunicação”, criticou Simas.

Na mesma linha de outros dirigentes sindicais que avaliaram a cobertura da mídia, o secretário do Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS), Marcos Fuhr, observou que “estamos perdendo a batalha da comunicação.” “Estamos aqui para discutir essa realidade e alavancar a nossa comunicação com políticas específicas e disputar a sociedade”, destacou ele.

Qualificar a comunicação

“Produzimos muito, em conteúdo e tiragem, mas estamos perdendo a batalha da comunicação. Por isso, estamos perdendo”, avaliou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.” Segundo ele, o debate sobre a comunicação pode contribuir muito para esse momento particular e é necessário desenvolver uma estratégia de comunicação. “Há um esforço da CUT-RS para qualificar a comunicação e estamos estudando a possibilidade de ter uma rádio comercial, que atue em rede com rádios comunitárias, a fim de abrir espaço para a nossa pauta, coisa que não encontramos em nenhum dia”, adiantou Claudir.

Presidente do Sindicatosd do Metalúrgicos, Jairo Carneiro observou que n|Foto: CUT-RS
Presidente da Federação dos Metalúrgicos, Jairo Carneiro observou que há pouco investimento na comunicação sindical|Foto: CUT-RS

Na opinião do presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Jairo Carneiro, há pouco investimento em comunicação no movimento sindical, “e muitas vezes, os dirigentes sindicais acham que o jornalista deve apenas tirar fotos deles mesmos e isso é um grande erro, pois é através deles que damos a nossa versão”. O sindicalista afirmou que nesta atividade devemos “olhar para dentro e discutir sobre como estamos fazendo a nossa comunicação.”

Secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr avaliou o primeiro dia do seminário como muito positivo pelos temas tratados. “Conseguimos mostrar como a mídia pauta a sociedade”, avaliou ele.  Ele defendeu um aperfeiçoamento da comunicação sindical para disputar espaço com a mídia tradicional. Na opinião de Ademir, os movimentos sociais e sindical são considerados “descartáveis” pelos grandes conglomerados de comunicação. “Nós queremos ser ouvidos”, enfatizou o dirigente da CUT.

 

Programação desta Sexta-feira

9h – Mesa temática “Democratização da Comunicação” com os jornalistas Celso Schroeder (diretor da FENAJ) e Renata Miele (coordenadora do FNDC);

11h – Mesa temática “Mídia Alternativa e ativismo digital” com Carmen Crochemore (Sul21) e jornalista Paulo Salvador (Rede Brasil Atual/TVT).

14h – Mesa temática “Desafios da Comunicação Sindical” com o secretário de Comunicação da CUT Nacional, Roni Barbosa, o secretário de Comunicação da CUT/RS, Ademir Wiederkehr, o diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, a diretora do SindBancários, Ana Guimaraens, e outros sindicatos.

*Com informações da assessoria de imprensa da CUT


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