
Da Redação
A Câmara dos Deputados deve votar na tarde desta terça-feira (7) o projeto de lei (PL) que libera as terceirizações. Representantes de centrais sindicai de todo o país fizeram um protesto contra a proposta no começo da tarde em frente ao Congresso. Em um dado momento, manifestantes e Polícia Militar entraram em confronto. Os PMs lançaram spray de pimenta para dispersar os trabalhadores, que tentaram acessar o Congresso. Um dos integrantes da mobilização ficou feriado na cabeça e outro, foi detido. Do Rio Grande do Sul, três ônibus com metalúrgicos, bancários e sapateiros foram para Capital Federal para se engajar na manifestação.

Hoje, a legislação proíbe que atividades-fim sejam terceirizadas. Só são permitidas as atividades-meio, como serviços de limpeza, recepcionista e vigilância. Se a proposta for aprovada, as estatais poderão terceirizar atividades-fim, podendo contratar pessoal sem concurso público para os serviços essenciais. Atualmente, a lei protege as estatais de terem suas atividades terceirizadas, como o da entrega de cartas pelos carteiros, que só os Correios podem fazer por se tratar de atividade-fim e não de meio.
Na madrugada desta terça-feira, em Porto Alegre, representantes das centrais sindicais fizeram uma vigília no Aeroporto Salgado Filho para pressionar os deputados da banca gaúcha, que embarcaram pela manhã rumo a Brasília, a votar contra o PL, de autoria do peemedebista Sandro Mabel, de Mato Grosso. Além de abordar os parlamentares, os manifestantes distribuíram um panfleto aos passageiros alertando sobre os riscos da liberação das terceirizações. “O trabalho terceirizado é um trabalho muito precário. Aprofundar a terceirização, é aprofundar o trabalho escravo”, justifica o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Claudir Nespolo, um dos sindicalistas que encabeçava a mobilização no aeroporto.
Do Salgado Filho, o grupo partiu em direção à Assembleia Legislativa, onde foi recebido pelo presidente da Casa, deputado Edson Brum (PMDB). Os sindicalistas pediram ao presidente uma postura dos parlamentares contra o PL. O presidente, por sua vez, se comprometeu em repassar a reivindicação de apoio político aos líderes de bancadas no Legislativo. Além disso, os representantes dos sindicatos fizeram um ato na Esquina Democrática.

Cpers – O Cpers/Sindicato também se juntou ao dia de mobilização contra a proposta, que teve atos por todo o país. Nesta terça-feira, professores paralisaram por meio turno e distribuíram também panfletos, alertando sobre os prejuízos à educação das terceirizações sem restrições. Para a entidade sindical, se o PL for aprovado será o fim dos concursos público e serviços essenciais para área, como administração, alimentação e limpeza, serão todos terceirizados.