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21 de janeiro de 2015
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14:01

Rodoviários vão ao Ministério Público do Trabalho pedir providência contra decisão do sindicato

Por
Sul 21
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Rodoviários vão ao Ministério Público do Trabalho pedir providência contra decisão do sindicato
Rodoviários vão ao Ministério Público do Trabalho pedir providência contra decisão do sindicato

Categoria rejeitou proposta dos empresários na noite de terça-feira, mas sindicato decidiu fazer uma votação plebiscitária|Foto: Samir Oliveira

Categoria rejeitou proposta dos empresários na noite de terça-feira, mas sindicato decidiu fazer uma votação plebiscitária|Foto: Samir Oliveira

Jaqueline Silveira

Os grupos de oposição ao Sindicato dos Rodoviários da Capital irão mobilizar a categoria para ir ao Ministério Público do Trabalho, na tarde desta quarta-feira (21), pedir providências em relação “às atitudes” da entidade que representa os trabalhadores.  Na noite de terça-feira (20), ocorreu uma assembleia dos rodoviários para avaliar a proposta de 8% de reajuste oferecida pelas empresas de ônibus e mais R$ 2 no vale-refeição, mas a categoria rejeitou o percentual. No entanto, mesmo com a negativa da maioria dos trabalhadores presentes em relação ao índice, a diretoria do sindicato decidiu fazer “uma votação plebiscitária”. A direção ficou de se reunir com o departamento jurídico para definir o processo de votação. A consulta deverá ser feita nas empresas com a instalação de urnas.

“O Estatuto diz que a assembleia é soberana e a proposta patronal foi rejeitada pelos trabalhadores. O sindicato desrespeitou a vontade dos trabalhadores”, protesta Luis Afonso Martins, um dos líderes de oposição à atual direção da entidade sindical. Ele conta que, ainda na noite de terça-feira, a categoria fez “uma assembleia paralela” em frente ao ginásio da Escola de Educação Física da Brigada, local da reunião anterior, quando se manifestou contra a proposta. Lá, ficou definido que a concentração desta quarta-feira ocorrerá na Praça da Florida, a partir das 15h, de onde os trabalhadores partirão a pé para o Ministério Público do Trabalho, localizado na Rua Ramiro Barcelos.

Sobre a possibilidade de os rodoviários fazerem greve como forma de pressionar o sindicato da categoria, o líder sindical não descartou. “Tudo passa pela vontade dos trabalhadores. Vamos entrar em contato com os trabalhadores da base e o que eles decidirem, nós acataremos”, adianta Martins, enfatizando que espera que “o povo não saia prejudicado”, em virtude dos episódios envolvendo sindicato e a categoria. No início de 2014, os rodoviários fizeram uma greve de 15 dias, paralisando Porto Alegre.

A proposta apresenta pela categoria é de 11,5% de reajuste, calculado levando em conta a variação da inflação do ano passado e mais 5% de aumento real, e 25% no vale-refeição, que hoje é de R$19 por dia. Inicialmente, os patrões ofereceram 5% que foi rejeitado pelo Sindicato dos Rodoviários. Na proposta apresentada pelas empresas na terça-feira, além dos 8%, ofereceram um reajuste em R$ 2 no vale passando a R$ 21. Os trabalhadores também reivindicam o pagamento do benefício nas férias, mas os empresários propõem pagar 50% do vale para 30 dias de férias, no caso seriam liberados 15 tickets seriam liberados. Já a principal pauta dos grupos de oposição é a redução da jornada de trabalho para seis horas.

Atualmente, o salário de um motorista é de R$ 2.008, 10. Os cobradores recebem R$ 1.206,15. O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Adair da Silva, considerou a proposta de 8% como boa e que deve ser aceita pela categoria, frisando que a primeira foi de 5%. Já um dos líderes da oposição à entidade sindical e também da greve, Alceu Weber, a classificou “como média”, uma vez que em 2014 conseguiram um percentual superior de aumento real: 2,2%.  Já a inflação do ano passado foi superior a 6%.


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