Eleições 2024
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27 de julho de 2024
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18:20

Convenção oficializa candidatura de Melo, ‘vítima da enchente’, à reeleição em Porto Alegre

Por
Luís Gomes
luisgomes@sul21.com.br
Melo, no centro do palco, voltou a usar seu chapéu de palha. Foto: Luís Gomes/Sul21
Melo, no centro do palco, voltou a usar seu chapéu de palha. Foto: Luís Gomes/Sul21

Em evento com a presença de representantes do PL, Progressistas, PSD, PRD, Solidariedade e Podemos, que compõem a coligação, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), e a sua candidata à vice-prefeita, Betina Worn (PL), oficializaram a chapa que disputará a reeleição na convenção municipal do MDB, realizada no Teatro da AMRIGS na tarde deste sábado (27). Sob o slogan “É Melo de novo”, a convenção apresentou o prefeito como um governante que foi atrapalhado pela pandemia de covid-19 e pela enchente de maio e que seria o mais preparado para lidar com a reconstrução da cidade.

Ao subir no palco para encerrar a convenção, Melo colocou o chapéu de palha que caracterizou a seu mandato, sugerindo um caráter popular a ele. O prefeito afirmou que só é candidato “para fazer mais” e que não seria candidato para fazer o mesmo. Melo comparou as eleições em Porto Alegre ao clássico Gre-Nal, pela dificuldade da disputa, e que é preciso encará-las com as “sandálias da humildade”. “Essa é uma eleição de segundo turno e nós temos que trabalhar muito no segundo turno”, disse.

Melo também destacou o seu papel na reabertura das atividades econômicas durante a pandemia e diante das enchentes de maio. “A tragédia veio, nos trouxe dores, perdas e aprendizados. (…) Um líder, no momento mais dramático da cidade, muitas vezes vai apanhar, mas a história vai recompor isso”, disse. O prefeito defendeu a sua capacidade de tomar decisões e exemplificou isso com a derrubada da passarela da Rodoviária para abertura do corredor humanitário. “Eu determinei aos engenheiros, derrube quantas passarelas foram necessárias”.

Novata na política, Bettina Worn começou a sua fala justamente afirmando que a gestão de Melo foi atrapalhada pela catástrofe da enchente. Ela se apresentou como servidora do Exército por 25 anos e ponderou que foi atacada por isso após ser apresentada como candidata à vice, defendendo que os militares, como todos cidadãos, têm direito a participarem da política. “Eu aprendi muitas coisas no Exército, mas não aprendi a pintar meio fio”, disse, ao se referir aos ataques.

 

Convenção do MDB. Foto: Divulgação/ Sebastião Melo no X

Antes dos pronunciamentos de Melo e Betina, o evento contou com uma série de falas políticas: do deputado estadual Eliseu Sabino (PRD), do ex-prefeito José Fogaça (MDB), do deputado federal Osmar Terra (MDB), da ex-senadora Ana Amélia Lemos (PSD), do ex-ministro Carlos Marun (MDB), do deputado estadual Guilherme Pasin (Progressistas), do deputado federal Pedro Westphalen (Progressistas), do ex-ministro Gilberto Kassab (PSD), do vice-prefeito Ricardo Gomes (PL), do ex-senador Pedro Simon (MDB), do ex-deputado Celso Bernardi (Progressistas), da presidente do PSD-RS, Letícia Boll, do presidente estadual do MDB, Vilmar Zanchin, do vereador Claudio Janta (Solidariedade), do presidente municipal do Podemos, Cássio Trogildo, do deputado estadual Capitão Martin (Republicanos), do senador Luiz Carlos Heinze (Progressistas), do ex-ministro Luís Roberto Ponte (MDB), do deputado federal Giovani Cherini, que introduziu a candidata à vice prefeita no palco, do deputado federal Alceu Moreira, do presidente municipal do PRD, Wambert Di Lorenzo, da presidente municipal do PSD, Cláudia Araújo, do presidente municipal do PP, Vítor Alcântara, e do presidente municipal do MDB, Alexandre Borck — que foi afastado do cargo de secretário municipal Extraordinário de Modernização e Gestão de Projetos por suspeita de envolvimento nos desvios na Secretaria Municipal de Educação (Smed).

As falas defenderam a continuidade da gestão, argumentando que Melo enfrentou dois momentos difíceis em sua gestão, a pandemia de covid-19, em 2021, e as enchentes de maio deste ano. Em sua fala, Fogaça argumentou que o objetivo da campanha é “manter Porto Alegre no rumo que está”, já Osmar Terra fez uma das únicas falas políticas que mencionou o PT nominalmente, e não o usual “nossos adversários”, dizendo que o partido ficou 16 anos no governo e não teria feito obras de prevenção às enchentes.

O vice-prefeito Gomes, que desistiu de compor a chapa da reeleição, argumentou que Melo “teve a coragem de abrir a cidade com segurança” durante a pandemia e defendeu que a cidade estava “bombando” em termos de desenvolvimento econômico antes da enchente de maio. “Como nós vamos sair da tragédia? Nós vamos sair com tudo que funcionou até agora”, disse. Gomes ainda chamou de injustiçado o presidente municipal do MDB, Alexandre Borck.

Já Simon defendeu que Melo seria o melhor prefeito da história de Porto Alegre, no que foi seguido por outras falas. Cherini atacou o governo federal ao dizer que não está cumprindo promessas de construção de casas para famílias atingidas pelas enchentes e também atacou o PT, dizendo que vai trabalhar par ter “PT zero nas prefeituras”. Ele ainda defendeu que a Prefeitura deve dragar o “Rio Guaíba” e que o aquecimento global “é uma mentira” da esquerda.

Melo também atacou o governo federal, dizendo que o dinheiro prometido não chegou e que a responsabilidade pela proteção contra cheias é da União. “Entre o anunciômetro e aquilo que vem, tem uma distância daqui a Brasília” disse Melo.


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