
No blog do Mario Marcos
Para alguns, ele se especializou em ser técnico do Grêmio. Entre um intervalo e outro, curte as praias cariocas e o futevôlei com amigos. Foi assim de novo na temporada: chegou, assumiu o time de Roger, teve sabedoria para aproveitar as principais virtudes da equipe e tratou de corrigir os eventuais problemas – entre eles, a defesa.
Por isso, Renato foi um dos mais festejados do alegre vestiário campeão. Sob seu comando, a equipe venceu a Copa do Brasil, seu primeiro título importante depois de 15 anos, e acabou com um trauma do clube e da torcida.
Renato levou um banho de champanha e cerveja dos jogadores, brincou (‘alguns deles vocês não verão mais por aqui’), falou de seus métodos e deu uma longa entrevista coletiva, que só terminou na madrugada desta quinta-feira.
Quem sabe uma estátua?
– Não queria falar, mas o doutor Preis (Adalberto, vice de futebol) está aqui. Não estou vendo o presidente. Está muito eufórico. Sabe-se lá onde está. Doutor Preis, o presidente está chegando, vou fazer um pedido. Tinha falado para os jogadores. Não é muita coisa. Atrás do gol, eu já escolhi o local. Em frente aos nossos loucos, no bom sentido, ali na geral. Pode preparar a minha estátua, tá? Pode colocar ali. O tamanho, vocês escolhem lá;
O futuro e a casa
– Por mim, eu continuo. No Grêmio eu me sinto em casa. Estar na sua casa e conquistar um título da maneira que nós conquistamos é difícil de explicar. É uma coisa maravilhosa. A torcida merecia. O título de campeão estava engasgado. Fico feliz de ter contribuído com todo mundo e ter dado esse presente maravilhoso de final de ano para a nossa torcida. A minha felicidade é ver o nosso torcedor feliz depois de tantos anos.
Como andar de bicicleta
– Futebol para quem conhece é que nem andar de bicicleta. Quem precisa, estuda. Quem precisa estudar, vai para a Europa (tratando com ironia os técnicos que vivem fazendo cursos no Exterior). Quem não precisa pode ficar na praia. Quem sabe, sabe. Quem não sabe vai estudar.
O trauma da tragédia
– Os jogadores tinham colegas lá (na Chapecoense), da mesma forma que eu tinha amigos lá, vocês (imprensa) também. O grupo sentiu, mas a cada dia fomos colocando na cabeça deles que era importante ganhar o título. Conversamos bastante. Todos os dias falávamos sobre isso. Na última segunda-feira tive a ideia de levar um humorista na concentração para levantar o astral do nosso grupo. Levamos o Paulinho Mixaria e ajudou. Foram dias decisivos, a gente sempre conversando e fazendo as coisas certas para ter o grupo 100% para a decisão.