
Em poucos dias, três jogadores profissionais foram inocentados da acusação de doping por agências internacionais. Os centroavantes Alecsandro, do Palmeiras, e Nena, do Brasil, de Pelotas, e o jovem goleiro Jacsson, do Inter, já estavam afastados dos treinos e começavam a cumprir uma longa suspensão, além de todo o peso que as suspeitas representavam para a vida profissional de cada um.
Pois bem, os dois estão livres das acusações.
Alecsandro foi o primeiro. A Wada, a agência internacional de controle de dopagem, informou à Federação Paulista que a presença de “Andarine na amostra do jogador é consequência do uso da loção contendo flutamida”, para calvície. Nada a ver com doping. Alecsandro já deve voltar ao time esta semana.
No início dessa terça-feira, o alívio chegou para Jacsson, 22 anos. No caso dele, o engano é ainda mais grave. O laboratório da Universidade da Califórnia (Olympic Analytical Laboratory) realizou a contraprova no frasco B da urina coletada do jogador, na partida contra o Palmeiras, dia 17 de julho, e concluiu que o resultado é negativo, como esclarece a nota oficial divulgada pelo departamento jurídico do clube.
Ou seja: Jacsson estava suspenso – e duramente prejudicado – por um resultado errado.
– Eu sofri muito na minha cidade, principalmente. Como é cidade pequena (Getúlio Vargas), todo mundo conhece todo mundo. Quando se fala em doping pensam que é droga ou anabolizante. Eu fiquei sem chão, me apeguei a minha família e só tenho a lamentar – disse Jacsson, claramente emocionado, na entrevista coletiva. – Não conseguia dormir direito. A gente pensa sempre no pior.
– Começaram a me julgar por coisas que eu não tinha feito – destacou Jacsson. – Isso me deixava triste. Eu sabia que não tinha feito nada de errado, mas não tinha como explicar isso para todo mundo. Era esperar a contraprova e, felizmente, se fez justiça.
O mesmo laboratório norte-americano, ao testar a contraprova de Nena, divulgou que o resultado foi negativo. A exemplo de Jacsson, a substância era corticoide.
– Pode ter ocorrido uma conversão microbiana dentro do frasco ou uma situação fisiológica do próprio atleta por atividade física, até mesmo estresse da partida – explicou o médico do Brasil, Gustavo Lahm.
Perguntinha que fica: quem vai compensar os três jogadores por todos os prejuízos à imagem, pelo afastamento dos treinos e pelo desgaste que sofreram?